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Após anunciar fusão, CEO da Azul revela apoio de Lula e próximos passos

O CEO da Azul, John Rodgerson, revelou recentemente que há cerca de oito meses, discutiu com o presidente Lula a ideia de unir a Azul à Gol.

Após anunciar fusão, CEO da Azul revela apoio de Lula e próximos passos
  • O CEO da Azul, John Rodgerson, revelou que discutiu com o presidente Lula a ideia de unir a Azul à Gol, com apoio do governo para fortalecer o setor aéreo brasileiro
  • A fusão depende da conclusão da recuperação judicial da Gol, prevista para abril ou maio de 2025
  • O processo de fusão será iniciado após a aprovação do Cade
  • A fusão resultará em uma nova companhia, mas as marcas Azul e Gol continuarão operando separadamente, com voos compartilhados

O CEO da Azul, John Rodgerson, revelou recentemente que há cerca de oito meses, discutiu com o presidente Lula a ideia de unir a Azul à Gol (GOLL4).

O plano, que começou a ganhar forma com o Memorando de Entendimento (MoU) assinado na última quarta-feira (15), visa criar uma nova força no mercado de aviação brasileiro.

Rodgerson afirmou que Lula apoiou a ideia, considerando-a uma oportunidade de fortalecer o setor aéreo no Brasil. Além de evitar o que chamou de “voos de galinha” — uma expressão que se refere a empresas aéreas com modelos insustentáveis.

“Isso é muito ruim para os tripulantes e para todos”, disse o presidente.

União de forças

A fusão entre a Azul e a Gol não é apenas uma união de forças. E, assim, busca criar uma companhia mais robusta e eficiente, com uma malha aérea mais integrada e capacidade para oferecer preços mais competitivos.

De acordo com Rodgerson, a sobreposição das malhas das duas empresas é de apenas 10%. O que, na visão dele, não deveria representar um grande obstáculo à aprovação da fusão pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

Rodgerson também destacou que o processo de fusão só poderá ser concretizado após a conclusão da recuperação judicial da Gol nos Estados Unidos, um requisito fundamental para viabilizar a união.

Segundo o CEO da Azul, espera-se que a Gol finalize seu processo de recuperação entre abril e maio deste ano.

Com isso, o processo de fusão poderá avançar com mais segurança. Aguardando, assim, a aprovação regulatória, que inclui a superação dos desafios antitruste.

O executivo acredita que o julgamento do Cade deve ocorrer em um prazo de seis a nove meses, mas a ideia é iniciar as negociações com o órgão antitruste imediatamente, para acelerar o andamento do processo.

“Estamos ansiosos para começar as conversas com o Cade e a ANAC o quanto antes. A expectativa é que, com o apoio do governo e a transparência nas negociações, possamos criar uma companhia ainda mais forte”, afirmou Rodgerson.

Ações listadas na bolsa

Se a fusão for aprovada, as duas empresas formarão uma única entidade com ações listadas na bolsa brasileira.
No entanto, a Azul ficará responsável por nomear o CEO da holding resultante. Enquanto, a Gol indicará o chairman do conselho.

O acordo também prevê um conselho de administração composto por três membros da Azul, três da Gol e três representantes do mercado.

Rodgerson afirmou que a intenção é equilibrar a divisão das participações acionárias. Dessa forma, com as ações sendo distribuídas igualmente entre as duas empresas, embora isso dependa dos resultados da recuperação judicial da Gol.

Além disso, da captação de recursos necessários para a reestruturação financeira. A Abra, controladora da Gol, terá pelo menos 10% de participação no novo negócio.

Preservação individual

Um dos aspectos mais importantes do processo de fusão é a preservação das marcas Azul e Gol, que continuarão operando de forma independente, mas com uma integração operacional que vai impactar diretamente os clientes.

A Azul e a Gol compartilharão voos, mas manterão seus bilhetes separados, permitindo que o passageiro compre um bilhete em uma companhia e faça o retorno com a outra.

“Nos voos domésticos, pode ser que, eventualmente, haja voo da Azul e outro da Gol por uma questão de oferta de assentos. Tanto faz se o passageiro vai comprar um bilhete da Azul ou da Gol. Se o cliente comprar um bilhete de Brasília (DF) para Congonhas (SP) pela Azul, ele pode voltar pela Gol”, explicou Rodgerson.

Esse modelo de operação conjunta promete aumentar a oferta de assentos e melhorar a conectividade entre diferentes destinos, além de trazer benefícios econômicos, tanto para as empresas quanto para os consumidores.

Com o apoio do governo e as condições favoráveis para a fusão, a Azul e a Gol estão cada vez mais próximas de criar a maior companhia aérea do Brasil, com um novo patamar de competitividade no mercado de aviação.

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