Copo meio cheio

Aprovação de Lula cresce, mas rejeição ainda persiste, aponta nova pesquisa

Presidente vê leve recuperação de popularidade, mas enfrenta desafios com inflação e comunicação de governo.

Aprovação de Lula cresce, mas rejeição ainda persiste, aponta nova pesquisa
  • O presidente recupera cinco pontos, chegando a 29%, mas 38% ainda avaliam o governo como ruim ou péssimo.
  • Inflação, preço dos alimentos e falhas na divulgação das ações do governo seguem como entraves à popularidade.
  • O grupo que considera o governo “regular” permanece alto (32%) e pode influenciar novos rumos dependendo da atuação nos próximos meses.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva viu sua aprovação subir de 24% para 29%, conforme aponta a nova pesquisa Datafolha divulgada nesta segunda-feira (7).

No entanto, a desaprovação ainda lidera a percepção pública, com 38% dos entrevistados considerando a gestão ruim ou péssima. Outros 32% avaliam o governo como regular.

O levantamento ouviu 3.054 pessoas em 172 cidades, entre os dias e 3 de abril de 2025, com margem de erro de dois pontos percentuais.

Crescimento tímido na aprovação

A alta de cinco pontos percentuais na aprovação do presidente indica uma leve recuperação em meio ao cenário político e econômico ainda instável. Em fevereiro deste ano, Lula havia registrado seu pior índice nos três mandatos que já exerceu, com apenas 24% de avaliação positiva.

Apesar da melhora, a aprovação ainda está longe dos níveis observados no início do terceiro mandato, quando cerca de 40% dos brasileiros avaliavam positivamente o governo.

A pesquisa atual mostra que a população continua dividida, com uma parcela relevante demonstrando frustração com o ritmo das entregas do Executivo.

Reprovação segue superior à aprovação

Mesmo com a ligeira melhora, a reprovação ao governo Lula ainda permanece acima da aprovação. De acordo com os dados, 38% dos entrevistados avaliam o governo como ruim ou péssimo.

Esse grupo representa o maior percentual da série histórica recente da atual gestão, embora inferior aos 41% registrados em fevereiro.

A rejeição tem se concentrado entre eleitores com renda média, especialmente no Sudeste e Sul do país. Nestas regiões, os temas relacionados à economia, segurança pública e custo de vida têm maior peso sobre a percepção da população.

O que influenciou a percepção dos brasileiros?

A pesquisa Datafolha identificou que fatores econômicos ainda são determinantes para a imagem do governo. A inflação dos alimentos, o aumento no preço dos combustíveis e as incertezas fiscais geram desconfiança entre os eleitores.

No entanto, medidas recentes de controle de preços e ampliação de programas sociais podem ter contribuído para a melhora da percepção em faixas de renda mais baixa.

Além disso, analistas apontam falhas de comunicação institucional como uma das principais razões para a queda anterior e a dificuldade de recuperar popularidade.

Segundo eles, embora o governo tenha tomado medidas relevantes, como o reajuste da tabela do Imposto de Renda e a retomada de obras paradas, essas ações não têm sido comunicadas de forma clara e abrangente à população.

Comparação com pesquisas anteriores

A evolução dos dados mostra um cenário ainda delicado, mas com sinais de recuperação. No levantamento anterior, divulgado em fevereiro, a aprovação do governo havia caído ao seu menor patamar: 24%. A rejeição, por sua vez, alcançava 41%.

Agora, com 29% de aprovação e 38% de rejeição, o governo Lula reduz a distância entre os dois indicadores — mas ainda não consegue inverter a curva de insatisfação.

A manutenção dos 32% que classificam a gestão como “regular” sugere que há um público indeciso que pode ser convencido nos próximos meses, caso haja avanço em políticas econômicas ou sociais.

Avaliação por grupos sociais

O Datafolha também apontou variações importantes na avaliação por faixa etária, escolaridade e renda. Entre os mais jovens (de 16 a 24 anos), o governo tem melhor desempenho, com 35% de aprovação. Já entre os mais velhos (acima de 60 anos), esse índice cai para 24%.

No recorte por escolaridade, eleitores com ensino fundamental aprovam mais a gestão do que os com ensino superior, o que reforça o viés socioeconômico das percepções.

Além disso, a diferença de gênero também é relevante: Lula tem melhor desempenho entre mulheres (31%) do que entre homens (27%).

Luiz Fernando
Estudante de Jornalismo, apaixonado por esportes, música e cultura num geral.