
O aumento na aparição de veículos chineses no Brasil tem preocupado montadoras locais que estão inseguros com o impacto na produção do país. No ano passado, a importação de veículos aumentou em 33%, somando 466,5 mil unidades, a maior quantidade da última década. Do total, por volta de 200 mil foram exemplares elétricos da China.
Montadoras do país asiático como BYD e GWM começaram a produção local de carros elétricos esse ano, elevando a competição no mercado nacional de automóveis. Como prova a BYD, adquiriu uma antiga fábrica em Camaçari na Bahia que era da Ford, investindo mais de US$ 600 milhões.
Nem tudo são mil maravilhas
Contudo, esse desenvolvimento não aconteceu sem polêmicas. No final do ano passado, a fiscalização do Ministério do Trabalho, descobriu que 163 trabalhadores chineses estavam em condições precárias na construção da fábrica da montadora chinesa em Camaçari. O Ministério das Relações Exteriores do Brasil suspendeu a emissão dos vistos temporários dos trabalhadores em resposta à BYD pelo incidente.
A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) externou sua preocupação com a vinda de veículos da China, indicando que o Brasil tornou-se um mercado para a ”desova” desses automóveis.
A entidade tem criticado as políticas tributárias que, de acordo com ela, beneficiam as montadoras chinesas, deixando com que inundem o mercado com os veículos importados.
Novo plano
Em contrapartida as montadoras daqui estão procurando parceiros estratégicos para competir com a concorrência chinesa. Ultimamente a Renault e a Geely fecharam uma colaboração para a produção e venda de automóveis de zero emissão de gás carbônico no Brasil, tendo em vista o fortalecimento de suas presenças no mercado dos elétricos.
A chegada agressiva das montadoras da China no país demonstra uma mudança de grande significado no setor nacional de veículos, ofertando aos compradores diversas opções, mas também colocando novos desafios para a indústria local.