Taxa Selic

Banco Central eleva a Selic para 14,25% em meio a incertezas econômicas

O Banco Central do Brasil decidiu elevar a taxa básica de juros, a Selic, para 14,25% ao ano, um aumento de 1 ponto percentual.

Banco Central eleva a Selic para 14,25% em meio a incertezas econômicas
  • Alta da Selic visa conter a inflação em meio ao aumento dos preços de alimentos e energia
  • Copom destaca incertezas externas e impactos da política fiscal
  • Mercado projeta crescimento econômico mais moderado para 2025

O Banco Central do Brasil decidiu elevar a taxa básica de juros, a Selic, para 14,25% ao ano, um aumento de 1 ponto percentual. A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), anunciada nesta quarta-feira (19), ocorre em meio ao aumento dos preços de alimentos e energia, além das incertezas no cenário econômico global.

Motivos da decisão

A elevação da Selic reflete a necessidade de conter a inflação, que tem sido impulsionada pelo encarecimento dos alimentos e da energia. O Copom destacou que as incertezas externas, especialmente relacionadas à política comercial do país e às ações do Federal Reserve (Fed), também pesaram na decisão.

“O comitê segue acompanhando com atenção como os desenvolvimentos da política fiscal impactam a política monetária e os ativos financeiros. A percepção dos agentes econômicos sobre o regime fiscal e a sustentabilidade da dívida segue impactando, de forma relevante, os preços de ativos e as expectativas dos agentes”, informa o comunicado.

No Brasil, a economia segue aquecida, mas há sinais de moderação no crescimento. A inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), fechou fevereiro em 1,48%, acumulando alta de 4,87% nos últimos 12 meses, acima do teto da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional.

Perspectivas para os próximos meses

O Copom indicou que novas altas podem ocorrer, mas em menor magnitude. O comunicado oficial sugere que a elevação de juros em maio será mais moderada e que as decisões futuras dependerão do comportamento da inflação e da política econômica do governo.

“Para além da próxima reunião, o Comitê reforça que a magnitude total do ciclo de aperto monetário será ditada pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta e dependerá da evolução da dinâmica da inflação”, ressalta.

Para 2025, o Banco Central projeta que a inflação fechará o ano em 5,1%, acima do limite da meta de 4,5%. Já o mercado financeiro está ainda mais pessimista, prevendo uma inflação de 5,66%, conforme o boletim Focus.

Impactos da alta dos juros

A elevação da Selic impacta diretamente o crédito e o consumo. Com juros mais altos, o custo do crédito aumenta, desestimulando empréstimos e financiamentos. Isso reduz o consumo e a produção, ajudando a conter a inflação, mas também pode desacelerar a economia.

No último Relatório de Inflação, o Banco Central elevou a projeção de crescimento do PIB para 2,1% em 2025, enquanto o mercado estima um crescimento menor, de 1,99%.

A Selic também influencia as taxas de juros cobradas pelos bancos em empréstimos e financiamentos. Com a taxa básica mais alta, o custo do crédito para empresas e consumidores sobe, o que pode impactar investimentos e reduzir a demanda por bens e serviços.

Cenário econômico global e incertezas

A decisão do Banco Central também reflete preocupações com o cenário externo. A postura do Federal Reserve dos Estados Unidos, as oscilações cambiais e a política fiscal brasileira são fatores que podem influenciar a economia do país nos próximos meses.

O Copom, contudo, seguirá monitorando os desdobramentos econômicos. E, destacou que qualquer mudança na trajetória fiscal do governo pode impactar as futuras decisões de política monetária.

Paola Rocha Schwartz
Estudante de Jornalismo, apaixonada por redação e escrita! Tenho experiência na área educacional (alfabetização e letramento) e na área comercial/administrativ
Sair da versão mobile