Cenário favorável

BB espera queda da inadimplência do Agro com o plano Safra

A expectativa de uma safra agrícola recorde em 2024/25 oferece um cenário favorável para o Banco do Brasil, que aposta na expansão de negócios

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  • Expectativa de safra recorde pode reduzir inadimplência e fortalecer o Banco do Brasil
  • Produção agrícola brasileira deve crescer 9,4%, impulsionada por soja, milho, arroz e feijão
  • Banco do Brasil vê oportunidades de crescimento no crédito consignado e no agronegócio

O Banco do Brasil, segundo maior banco do país e principal financiador do agronegócio, está otimista com as perspectivas para o setor agrícola no país. A CEO da instituição, Tarciana Medeiros, acredita que a safra recorde prevista para a temporada 2024/25 terá um impacto positivo nos negócios do banco. E, ainda, na redução da inadimplência em sua carteira de R$ 400 bilhões destinada ao agronegócio.

Depois de um ano de desafios climáticos, que afetaram a produção agrícola em 2024, as chuvas se normalizaram e devem garantir uma oferta maior de produtos. Contudo, o que trará benefícios diretos para os produtores rurais e para as finanças do Banco do Brasil.

Expectativas de crescimento no setor agrícola

A produção agrícola brasileira está projetada para crescer 9,4% na temporada 2024/25, alcançando 325,7 milhões de toneladas. O aumento será impulsionado principalmente pela soja, mas também pelo milho, arroz, trigo e feijão.

Tarciana Medeiros destaca que, com safra recorde, a cesta básica se torna mais controlada. Dessa forma, estabilizando os preços e aliviando a pressão sobre os custos de produção.

Com uma maior oferta de produtos agrícolas, o cenário é mais favorável, e a tendência é que os custos para os produtores se tornem mais previsíveis. Assim, o que pode favorecer a recuperação do setor.

Apesar das boas perspectivas, a CEO do Banco do Brasil também reconhece que alguns produtores podem continuar enfrentando dificuldades financeiras devido aos custos de financiamento elevados.

Em 2024, a taxa de inadimplência do banco no agronegócio subiu para 3,32%, um aumento em grande parte influenciado pelos empréstimos concedidos ao setor rural. No entanto, Tarciana acredita que as taxas de default devem diminuir em 2025, à medida que a safra se concretiza. E, assim, a situação financeira dos produtores melhora.

Impacto da Safra no Banco do Brasil

O agronegócio tem um impacto direto na carteira de crédito do Banco do Brasil, e a safra recorde prevista para 2024/25 traz uma oportunidade significativa para a instituição.

A CEO da companhia destaca que, com a maior oferta de produtos agrícolas, a inadimplência tende a reduzir, o que fortalece a saúde financeira do banco.

Em 2024, o BB obteve um lucro líquido de R$ 37,9 bilhões, 6,6% acima do registrado no ano anterior, e projeta um lucro entre R$ 37 bilhões e R$ 41 bilhões para 2025, mesmo diante de um cenário de juros mais altos.

No entanto, o ambiente econômico permanece desafiador, com custos de financiamento elevados e a pressão inflacionária sobre os alimentos. Esses fatores contribuíram para o aumento da taxa Selic, que subiu para 13,25% neste mês.

A expectativa é que o governo federal continue contando com a safra recorde para ajudar a controlar a inflação e, assim, trazer algum alívio econômico.

Perspectivas e oportunidades para o Banco do Brasil

Além do agronegócio, o Banco do Brasil também vê oportunidades no crédito consignado, especialmente com o recente anúncio do governo de expandir esse tipo de crédito para funcionários de empresas privadas.

O banco já é líder no crédito consignado para servidores públicos, com uma carteira de R$ 137 bilhões. Essa expansão pode gerar mais negócios para o Banco do Brasil, contribuindo para seu crescimento contínuo.

Apesar das perspectivas positivas, a CEO Tarciana Medeiros nega qualquer interferência política nas decisões do banco sobre a expansão do crédito.

“O presidente Lula sabe que o crédito vai crescer de acordo com as condições de mercado”, afirma.

No entanto, o banco continua a negociar suas ações com certo desconto no mercado, principalmente devido ao receio de interferências políticas.

Paola Rocha Schwartz
Estudante de Jornalismo, apaixonada por redação e escrita! Tenho experiência na área educacional (alfabetização e letramento) e na área comercial/administrativ
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