
Após uma noite de “queda livre” que impressionou investidores, o Bitcoin e as principais criptomoedas tentam se recuperar nesta terça-feira (11). A maior criptomoeda do mundo chegou a despencar abaixo de US$ 77 mil na última segunda-feira (10), em um movimento impulsionado pela aversão ao risco nos mercados globais.
No momento, o Bitcoin é cotado a US$ 80.875, com queda de 0,8% nas últimas 24 horas, segundo dados do CoinMarketCap. No mesmo período, a criptomoeda chegou a cair para US$ 76.624, mas também ultrapassou os US$ 81 mil, mostrando a volatilidade do mercado.
O que explica a queda?
Lucas Josa, especialista em criptoativos do BTG Pactual, explica que o cenário macroeconômico e a aversão ao risco são os principais fatores por trás da queda generalizada de ativos de risco, como as criptomoedas.
- Inflação: Há uma forte preocupação com a inflação global.
- Política monetária dos EUA: Existe incerteza em relação à política monetária nos Estados Unidos, com investidores apreensivos sobre os próximos passos do Federal Reserve (Fed, o banco central americano).
- “Medo extremo”: O Índice de Medo e Ganância, que mede o sentimento do mercado cripto, sinaliza “medo extremo” em 24 pontos.
Apesar do cenário desafiador, o setor de ativos digitais ainda pode ter uma recuperação mais significativa no curto prazo, segundo Josa.
“O mercado está acelerando a precificação na taxa de juros. Se não tivermos uma recessão e os cortes começarem a acontecer, vamos ter um cenário bem positivo para uma recuperação dos ativos de risco em geral, tanto para ações quanto para criptomoedas. Vale a pena acompanhar isso”, disse ele, em comentários no Morning Call Crypto, programa do BTG Pactual.
Josa também destacou um dado interessante: o “open interest” (contratos em aberto) do Bitcoin foi “completamente reiniciado” e está em US$ 13,3 bilhões em corretoras centralizadas. Segundo ele, isso pode ser um sinal positivo para um movimento de reestruturação do mercado.