
As bolsas de NY avançaram em meio a menores receios de conflito e esperando dados econômicos. Em contrapartida, Ibovespa sofreu queda após declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
As bolsas em Nova York encerraram o dia com ganhos significativos, corrigindo as perdas recentes e em antecipação a importantes dados econômicos esperados para a semana. Dentre os principais eventos estão a decisão de política monetária do Federal Reserve e o balanço financeiro da Apple.
O Dow Jones, S&P500 e Nasdaq registraram altas. Enquanto isso, o mercado brasileiro divergiu do cenário externo após uma entrevista coletiva de Fernando Haddad, ministro da Fazenda, que reiterou a meta de zerar o déficit primário em 2024, causando preocupação entre os investidores.
NY avança enquanto preocupações fiscais impactam Brasil
Nova York experimentou um dia positivo no mercado financeiro, com seus principais índices, Dow Jones, S&P500 e Nasdaq, registrando ganhos de 1,58%, 1,20% e 1,16%, respectivamente.
Os ganhos foram atribuídos a uma combinação de fatores, incluindo uma menor tensão em relação ao conflito entre Israel e Hamas, o qual resultou em uma queda nos preços do petróleo. Além disso, os investidores estão ansiosamente aguardando os resultados da Apple, que serão anunciados na quinta-feira.
Edward Moya, analista da Oanda, destacou a resiliência do mercado americano. “Após terem caído em território de mercado baixista, as ações dos EUA estão subindo devido à diminuição dos receios de guerra e fortes lucros do McDonald’s”, afirmou.
O índice Dow Jones fechou aos 32.928,96 pontos. O S&P500 avançou para os 4.166,82 pontos. O Nasdaq ganhou 1,16% como mencionado e fechou com 12.789,48 pontos.
No entanto, o panorama foi diferente no Brasil. O Ibovespa, principal índice da B3, fechou em queda de 0,68%, após declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre o compromisso fiscal do governo federal. Sua reafirmação da meta de zerar o déficit primário até 2024, especialmente após o presidente Lula ter descartado essa mesma meta, gerou inquietação entre os investidores. Isso levou a um volume financeiro menor que a média, com R$ 18,3 bilhões negociados, contrastando com a média diária de setembro de R$ 23,321 bilhões.
A semana promete ser repleta de eventos significativos, incluindo decisões sobre taxas de juros, leituras importantes de índices PMI e o plano do Tesouro americano para o chamado reembolso de títulos de longo prazo. Os olhos estarão voltados, principalmente, para o Federal Reserve, com muitos esperando que os juros permaneçam inalterados.
Preocupações com o risco fiscal brasileiro afetam dólar e Ibovespa
O mercado financeiro brasileiro experimentou um dia turbulento, com o dólar avançando e o Ibovespa recuando, devido a preocupações relacionadas ao risco fiscal do país. A moeda norte-americana descolou-se das tendências globais e fechou em alta de 0,67%, atingindo a marca de R$ 5,0469 em relação ao real. Essa mudança foi motivada pelas declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que não conseguiu acalmar os investidores em relação à meta fiscal zero para o ano de 2024.
Após uma reunião com o presidente Lula, Haddad explicou que a dificuldade de alcançar essa meta não significa que o país esteja sendo sabotado, mas sim que existem problemas fiscais que precisam ser reformados e resolvidos. No entanto, ele não confirmou diretamente a manutenção da meta de déficit zero para 2024, deixando os mercados inseguros.
As preocupações dos investidores se estendem às projeções para a taxa Selic e o IPCA de 2024. O boletim Focus do Banco Central indicou um aumento na projeção mediana do mercado para a taxa Selic terminal, de 9,00% para 9,25% ao final de 2024, bem como um aumento nas expectativas para o IPCA de 2024, de 3,87% para 3,90%. Essas mudanças deixaram a inflação mais próxima do limite superior da meta estabelecida para o próximo ano, que é de 3,00%.
Em um cenário de semana mais curta devido ao feriado de Finados, os investidores estão de olho nas decisões de juros nos EUA, Brasil e Inglaterra. O mercado aguarda a manutenção dos juros nos EUA e um novo corte na taxa Selic no Brasil. A incerteza fiscal e as mudanças nas projeções econômicas estão mantendo os mercados voláteis e os investidores cautelosos.