Manipulação de recursos

BOMBA: Líder do PT é citado em aúdios sobre desvios e compra de votos

Áudios vazados indicam a possível manipulação de recursos públicos em Choró, Ceará, com envolvimento de políticos e empresários.

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  • : Empresário e político cearenses envolvidos em esquema de desvio de recursos de emenda parlamentar, com foco na saúde e infraestrutura
  • Investigação revela manipulação de “emenda de comissão”, uma manobra para ocultar responsáveis por bilhões de reais em recursos públicos
  • Empresário oferece proposta para desviar até 12% de emenda de R$ 1,5 milhão para Choró, gerando um desvio de R$ 180 mil

No dia 13 de setembro de 2024, o empresário Carlos Douglas Almeida Leandro enviou um áudio via WhatsApp para Carlos Alberto Queiroz Pereira, conhecido como Bebeto, candidato à prefeitura de Choró, um município do sertão cearense.

No áudio, Leandro fez uma proposta que, segundo a investigação, revela um esquema de desvio de recursos públicos. Conhecidos como “emendas de comissão” ou orçamento secreto, com a participação de membros do PSB e do PT.

Leandro revelou a Bebeto que a emenda apadrinhada pelo deputado federal José Guimarães (PT-CE), líder do governo Lula na Câmara, poderia ser destinada ao “caixa”, uma possível referência ao caixa dois.

A proposta

A proposta mencionava um desvio de recursos destinados à saúde, infraestrutura e saneamento.

O empresário detalhou que a emenda estava sob a responsabilidade do vice-prefeito de Canindé, Ilomar Vasconcelos, também do PSB.

Bebeto, por sua vez, manifestou interesse apenas na parte da emenda destinada à saúde. E, ainda, pediu para discutir o valor com o deputado Guimarães.

Treze dias após o primeiro contato, Bebeto enviou outro áudio, desta vez para Adriano Almeida Bezerra, secretário parlamentar do deputado federal Júnior Mano (ex-PL).

No áudio, Bebeto discutiu os detalhes da operação, mencionando o percentual de 12% de desvio sobre o total da emenda. No entanto, que estava direcionada para o Fundo Municipal de Saúde de Choró.

Bebeto instruiu a manipulação do valor de um milhão e meio de reais e indicou que os envolvidos se reunissem até o início de outubro para concluir o processo.

A interação deixou claro que a operação envolvia a manipulação de emendas públicas. Assim, com o desvio de uma parte significativa para interesses privados, como o caixa dois.

Manobra parlamentar

O uso de “emendas de comissão” foi uma manobra parlamentar que visava ocultar os responsáveis por milhões de reais em recursos públicos. O nome do deputado José Guimarães, que apadrinhou a emenda, e a ligação entre Bebeto e Júnior Mano revelam um esquema de corrupção que se aproveitava do orçamento secreto. Dessa forma, para direcionar recursos para os municípios sem a transparência adequada.

No caso de Choró, o valor da emenda foi de 1,5 milhão de reais, dos quais Bebeto tentou desviar 12%, ou seja, 180 mil reais. Esses recursos foram destinados à prefeitura de Choró em 2023. Ainda, após aprovação pela Comissão de Saúde da Câmara, presidida por um deputado do PT.

Falta de transparência

Além de evidenciar a falta de transparência, o caso de Choró expõe a vulnerabilidade do sistema de emendas parlamentares no Brasil. Contudo, já haviam investigado o político devido a práticas ilegais, como a manipulação de recursos para fins eleitorais e financeiros.

O esquema revelou um processo estruturado de cooperação e articulação política-financeira. Ainda, que gerou uma rede de corrupção envolvendo políticos de alto escalão.

O governo Lula e outros órgãos competentes agora se veem diante de um cenário difícil, no qual as evidências de manipulação e corrupção permeiam o uso de recursos públicos.

Esse escândalo em Choró é apenas mais um exemplo das falhas no sistema de emendas e orçamento secreto. E, a situação deve ser cuidadosamente monitorada enquanto as investigações continuam.

Este caso levanta sérias questões sobre a necessidade de reformar o sistema de emendas no Brasil, para garantir que os recursos públicos cheguem efetivamente às áreas que necessitam de investimentos, e para que haja maior transparência na gestão do orçamento federal.