O Brasil encerrou 2024 como a 10ª maior economia do mundo, uma posição abaixo do ano anterior. O país, que vinha em uma crescente, foi ultrapassado pelo Canadá. A notícia, divulgada pela agência de classificação de risco Austin Rating, mostra que, apesar de um crescimento interno positivo, fatores externos pesaram na balança.
Um dos principais motivos para essa queda foi a forte desvalorização do real frente ao dólar em 2024. A moeda americana bateu recordes, ultrapassando a marca dos R$ 6, e acumulou uma alta de 27% em relação à nossa moeda. Essa foi a maior valorização do dólar em quatro anos, e teve um impacto direto no tamanho da nossa economia quando comparada a outros países.
Em reais, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil – que é a soma de todas as riquezas produzidas no país – até que foi bem. O IBGE divulgou um crescimento de 3,4% em 2024, totalizando R$ 11,7 trilhões. Esse foi o segundo melhor resultado desde 2011, mostrando que a economia brasileira está, de certa forma, se recuperando.
O problema é que, para o resto do mundo, o que vale é o tamanho da economia em dólar. E aí, a desvalorização do real fez um estrago. Quando convertemos o PIB brasileiro para dólares, o crescimento foi de apenas 0,3%. Ou seja, o que ganhamos com o crescimento interno, perdemos com a moeda desvalorizada.
Entenda o Cálculo: Por Que o Câmbio Importa Tanto
Para fazer o ranking das maiores economias, a Austin Rating usa a cotação média do dólar de cada ano. É como se tirássemos uma “foto” do valor das moedas em relação ao dólar.
“Em 2024, o câmbio médio do Brasil desvalorizou 7,3%”, explica Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating. O Canadá, que nos ultrapassou, teve uma desvalorização menor de sua moeda. Mesmo crescendo menos que o Brasil (1,6% em moeda local), o Canadá levou a melhor na conversão para dólares.
Os Estados Unidos continuam no topo da lista, com um PIB impressionante de US$ 29,16 trilhões, representando 26,5% da economia mundial. A China vem em segundo lugar (US$ 18,27 trilhões), seguida por Alemanha (US$ 4,71 trilhões), Japão (US$ 4,07 trilhões) e Índia (US$ 3,88 trilhões).
O Brasil já esteve em posições melhores. Entre 2010 e 2014, fomos a 7ª maior economia do mundo. Em 2020, saímos do top 10, mas conseguimos voltar no ano passado, ocupando a 9ª posição. Agora, em 2024, descemos um degrau.
As projeções da Austin Rating indicam que o Brasil deve permanecer na 10ª posição em 2025. Ou seja, precisamos ficar de olho no câmbio e torcer para que o real se fortaleça, além de continuar crescendo internamente. A disputa no cenário econômico global é acirrada!