- O Brasil registrou um déficit de 3,060 bilhões de dólares em novembro, abaixo da expectativa
- O país atraiu 6,956 bilhões de dólares em investimentos diretos, superando as previsões
- A conta de renda primária teve um déficit maior, de 4,974 bilhões de dólares
- O superávit comercial foi de 6,327 bilhões de dólares, enquanto a conta de serviços registrou um déficit de 4,664 bilhões
O Brasil apresentou um desempenho econômico em novembro de 2024 com números mistos, de acordo com dados divulgados pelo Banco Central nesta segunda-feira.
O país registrou um déficit em transações correntes um pouco menor do que o esperado. Mas superou as projeções de investimentos diretos, o que trouxe um alívio para as contas externas brasileiras.
Transações correntes
O déficit em transações correntes de novembro foi de 3,060 bilhões de dólares, o que representa um valor inferior ao saldo negativo de 3,344 bilhões de dólares previsto por uma pesquisa da Reuters com especialistas.
Em comparação com o mesmo mês do ano passado, quando o déficit foi de apenas 3 milhões de dólares, o valor de 2024 ainda é consideravelmente elevado. Mas fica abaixo das estimativas do mercado. O déficit acumulado em 12 meses corresponde a 2,37% do Produto Interno Bruto (PIB), refletindo a necessidade de o Brasil buscar um equilíbrio nas suas contas externas.
Apesar desse déficit em transações correntes, o Brasil conseguiu registrar um resultado positivo em outra importante área: os investimentos diretos no país.
Em novembro, o Brasil atraiu 6,956 bilhões de dólares em investimentos diretos, um valor superior aos 6,5 bilhões de dólares projetados na pesquisa e também acima dos 6,668 bilhões de dólares registrados no mesmo mês de 2023.
Esse aumento no fluxo de investimentos estrangeiros é um sinal positivo para a economia brasileira. Dessa forma, demonstrando confiança dos investidores no potencial de crescimento do país, apesar dos desafios fiscais e políticos enfrentados.
Indicadores
No entanto, nem todos os indicadores foram positivos. A conta de renda primária, que inclui os pagamentos de juros e dividendos ao exterior, apresentou um déficit de 4,974 bilhões de dólares. Assim, um aumento em relação ao rombo de 4,371 bilhões de dólares registrado em novembro do ano passado.
Esse aumento no déficit da conta de renda primária reflete o impacto das altas taxas de juros e da dívida externa, que continuam pressionando as finanças brasileiras.
Balança comercial
A balança comercial também apresentou um superávit, mas de valor inferior ao registrado no mesmo período de 2023.
Em novembro, o superávit foi de 6,327 bilhões de dólares, enquanto no ano anterior esse valor havia sido de 7,999 bilhões de dólares.
A queda no superávit comercial pode ser atribuída a uma diminuição nas exportações e a uma alta nos preços dos produtos importados. Contudo, o que afetou o equilíbrio da balança comercial.
Outro indicador que apresentou resultados negativos foi a conta de serviços, que registrou um rombo de 4,664 bilhões de dólares em novembro, contra um déficit de 3,742 bilhões de dólares no mesmo mês de 2023.
A maior parte desse aumento no déficit foi impulsionada pelo aumento das remessas de lucros e dividendos ao exterior e pelos gastos com viagens internacionais.
Resultados gerais
Embora o Brasil tenha conseguido superar a expectativa de investimentos diretos, os resultados gerais em novembro indicam que o país ainda enfrenta desafios nas suas contas externas.
O déficit em transações correntes, juntamente com o aumento no déficit da conta de serviços e o aumento no rombo da conta de renda primária, são indicadores de que o Brasil ainda precisa lidar com questões estruturais em sua economia.
Os dados de novembro refletem um cenário de volatilidade e incertezas tanto no mercado interno quanto externo.
O país seguirá tendo que gerenciar essas dificuldades, com uma dependência crescente do investimento estrangeiro para equilibrar as contas externas e sustentar o crescimento econômico. A
recuperação do superávit comercial e a atração de mais investimentos diretos serão fundamentais para o Brasil alcançar um cenário econômico mais equilibrado no futuro próximo.