Menos taxação

BYD quer pagar menos imposto no Brasil: entenda

Montadora chinesa quer importar kits quase prontos da China com menos taxação, a estreia da fábrica baiana pode ficar para o fim de 2025.

BYD quer pagar menos imposto no Brasil: entenda
  • A montadora chinesa solicitou ao governo federal a redução da alíquota de importação de 20% para 10% sobre kits SKD
  • Sem a redução tributária, a empresa pode adiar o início da produção em sua fábrica na Bahia
  • Diferente de outras montadoras, a BYD pretende importar quase tudo da China no início e só nacionalizar componentes aos poucos

A montadora chinesa BYD avalia postergar o início da produção de automóveis em sua futura fábrica de Camaçari, na Bahia, caso não consiga um corte no imposto de importação sobre peças e componentes.

A empresa formalizou ao governo federal um pedido de alteração em regras de ex-tarifários, buscando reduzir de 20% para 10% a tarifa de importação de kits SKD (veículos parcialmente montados). A medida permitiria à BYD iniciar a operação com uma estrutura industrial mais enxuta e dependente de peças vindas diretamente da China.

Segundo informações do site Auto Data, o pedido foi protocolado no Sistema Eletrônico de Informações do Governo Federal (SEI) e contempla cinco modelos de veículos — um deles inédito no portfólio da empresa no Brasil.

Trata-se de uma picape híbrida de cabine dupla, já flagrada no país em testes, que deverá concorrer com a Fiat Toro e busca ameaçar a liderança da Strada.

BYD mira processo simplificado para iniciar montagem no Brasil

No centro da estratégia da BYD está o uso do sistema SKD (Semi-Knocked Down), no qual o veículo chega parcialmente desmontado ao país. Esse método exige uma estrutura fabril mais simples, pois as partes principais vêm montadas da China.

No pedido enviado ao governo, a empresa justifica que a adoção desse formato por até 36 meses seria essencial para viabilizar a montagem local de cinco modelos de veículos. Dessa forma, enquanto a fábrica se estrutura de forma gradativa.

A BYD também manifestou interesse em avaliar componentes específicos que possam ser adquiridos localmente. Assim, como as baterias, cuja montagem no Brasil agrega valor e pode ocorrer ainda no ciclo de isenção.

A empresa ressalta que, mesmo com esse esforço inicial de nacionalização parcial, o núcleo da operação seguirá baseado na importação de kits SKD, o que manteria o benefício fiscal.

Além disso, a montadora solicitou a redução da alíquota para 5% no caso de kits CKD (Completely Knocked Down), formato ainda mais desmontado que o SKD. Mas, que exige um grau mais alto de nacionalização e processos industriais mais complexos. Ainda assim, diferentemente de concorrentes como a GWM, a BYD não parece priorizar a nacionalização completa de seus veículos em curto prazo.

Produção pode ser adiada para o fim de 2025

Com base no plano atual, caso o governo federal não aprove a redução do imposto sobre importação, a BYD pode adiar o início da produção para o fim de 2025, em vez de começar no segundo semestre deste ano, como havia anunciado inicialmente.

A alteração no cronograma permitiria à empresa importar praticamente todo o conteúdo necessário da China e ganhar tempo para desenvolver fornecedores locais em etapas posteriores.

O movimento reforça a estratégia da BYD de entrar rapidamente no mercado brasileiro com uma gama ampla de modelos. Dessa forma, sem depender, num primeiro momento, de uma estrutura produtiva complexa ou de uma cadeia de suprimentos nacional consolidada.

O plano visa garantir competitividade nos preços e volume de produção. Assim, aproveitando os incentivos fiscais disponíveis por meio dos ex-tarifários.

A postura da BYD contrasta com a de outras montadoras que investem em nacionalização como uma forma de atrair apoio político e institucional. No entanto, ao priorizar a agilidade no lançamento de produtos, a empresa chinesa pode conquistar uma fatia importante do mercado brasileiro com sua proposta de veículos híbridos e elétricos.

Paola Rocha Schwartz
Estudante de Jornalismo, apaixonada por redação e escrita! Tenho experiência na área educacional (alfabetização e letramento) e na área comercial/administrativ
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