
- Os EUA elevaram as tarifas sobre produtos chineses para um total de 145%, combinando uma tarifa recente de 125% com uma anterior de 20% relacionada ao fentanil.
- A China retaliou com tarifas de 84% sobre produtos americanos, intensificando a guerra comercial entre as duas nações.
- A escalada tarifária gera preocupações sobre impactos negativos na economia global, afetando diversos setores e aumentando a volatilidade nos mercados financeiros.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou uma elevação significativa nas tarifas sobre produtos chineses, atingindo um total de 145%.
A tarifa de 125%, somada à anterior de 20% sobre o fentanil, eleva as tensões e aprofunda a guerra comercial entre EUA e China.
EUA aumentam tarifas sobre produtos chineses para 145%
Em uma medida que surpreendeu mercados e analistas internacionais, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou uma elevação substancial nas tarifas aplicadas sobre produtos importados da China.
Sendo assim, a nova alíquota atinge um total de 145%, resultado da soma de uma tarifa de 125%, anunciada recentemente, com uma taxa anterior de 20% relacionada ao fentanil. Essa decisão reflete a estratégia do governo americano de intensificar a pressão sobre Pequim em meio à prolongada disputa comercial entre as duas nações.
A medida foi formalizada por meio de uma ordem executiva assinada por Trump, que justificou a ação como necessária para corrigir desequilíbrios comerciais e proteger indústrias domésticas. O presidente argumentou que a China tem se beneficiado de práticas comerciais desleais, resultando em déficits significativos para os Estados Unidos.
“Estamos corrigindo anos de injustiças e não permitiremos mais que nossos trabalhadores sejam prejudicados por acordos desvantajosos”, declarou Trump durante coletiva na Casa Branca.
China elevou tarifas de 84% sobre produtos americanos
O governo de Pequim havia anunciado a imposição de tarifas adicionais de 84% sobre produtos americanos, avaliados em mais de US$ 143 bilhões.
Assim, essa retaliação evidencia a escalada das tensões comerciais entre os dois países e sinaliza a determinação da China em defender seus interesses econômicos.
Desse modo, o porta-voz do Ministério do Comércio chinês, He Yongqian, afirmou que, embora a China esteja aberta ao diálogo, não hesitará em tomar medidas necessárias para proteger sua economia.
“Se quiserem conversar, a porta está aberta, mas o diálogo deve ser com base no respeito mútuo. Se os EUA quiserem lutar, a China lutará até o fim”, declarou Yongqian em entrevista coletiva.
Impactos no Comércio Global e Reações Internacionais
A escalada tarifária entre Estados Unidos e China gerou preocupações significativas sobre possíveis repercussões na economia mundial. A União Europeia, por exemplo, anunciou um adiamento de 90 dias em sua resposta tarifária aos EUA, buscando abrir espaço para negociações e evitar uma guerra comercial de maiores proporções.
Enquanto isso, mercados financeiros registraram volatilidade acentuada, refletindo a incerteza gerada por essas medidas protecionistas.
Analistas alertam que a continuidade desse embate pode levar a uma desaceleração do comércio global, afetando cadeias de suprimentos e aumentando os custos para consumidores e empresas em diversos países.
A Organização Mundial do Comércio (OMC) manifestou preocupação com a situação, enfatizando a necessidade de soluções negociadas que respeitem as regras do comércio internacional.
Setores Afetados e Perspectivas Futuras
Diversos setores econômicos estão na linha de frente dos impactos dessas tarifas elevadas. Indústrias de tecnologia, manufatura e agricultura, tanto nos EUA quanto na China, podem enfrentar desafios significativos.
Nesse sentido, empresas americanas que dependem de insumos chineses terão que lidar com custos mais altos, o que pode reduzir sua competitividade no mercado global. Por outro lado, exportadores chineses podem ver uma diminuição na demanda por seus produtos nos Estados Unidos, afetando negativamente suas receitas.
Especialistas destacam que a fragmentação das cadeias globais de valor, resultado de medidas protecionistas, pode levar a uma reorganização da produção mundial. Tendências como “nearshoring” (transferência de operações para países próximos) e “friendshoring” (realocação para países aliados) podem se intensificar, alterando a dinâmica do comércio internacional.
No entanto, essas mudanças estruturais podem resultar em aumento de custos e pressão inflacionária, afetando consumidores e empresas em escala global.