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Com petróleo em queda, ações da Petrobras (PETR3;PTR4) despencam

Com Brent recuando 1,7%, papéis PETR4 afundam e refletem reação do mercado às tarifas impostas por Trump e instabilidade externa.

Imagem/Reprodução Petrobras
Imagem/Reprodução Petrobras
  • Papéis PETR4 caíram 3,84% nesta segunda-feira, pressionando o Ibovespa.
  • Guerra comercial entre potências preocupa investidores e derruba ativos sensíveis à demanda.
  • Papéis brasileiros refletem instabilidade internacional e expectativa negativa para emergentes.

As ações da Petrobras despencaram nesta segunda-feira (7), acompanhando a queda do petróleo Brent e as novas tensões comerciais entre Estados Unidos e outros países. Às 13h53, os papéis preferenciais da estatal (PETR4) caíam 3,84%, cotados a R$ 33,27, impactados por um recuo de 1,7% na cotação internacional do barril.

Ao mesmo tempo, os ADRs da Petrobras e da Vale recuavam no pré-mercado em Nova York, refletindo o nervosismo global. O cenário pressiona o Ibovespa e preocupa investidores diante da possibilidade de uma recessão global.

Petróleo em queda afeta diretamente os papéis da Petrobras

A queda do petróleo Brent foi o gatilho direto para a desvalorização das ações da Petrobras no pregão desta segunda. O barril da commodity — referência para os contratos da estatal — recuava 1,7% no começo da tarde.

Nesse sentido, a retração reflete a expectativa negativa sobre a demanda global, impulsionada pelas tensões comerciais acirradas nos últimos dias.

Com isso, os papéis PETR4 recuavam 3,84% às 13h53, cotados a R$ 33,27. A Petrobras, por ser a maior empresa da B3 em valor de mercado, contribui decisivamente para a performance do Ibovespa, que opera em queda.

Portanto, a estatal é sensível às variações do Brent porque sua receita está diretamente ligada ao valor do barril nos mercados internacionais.

Trump volta a usar tarifas como arma e mercado global reage

A volatilidade também foi impulsionada pela escalada nas tensões comerciais entre Estados Unidos e seus parceiros. Donald Trump, em nova ofensiva, confirmou tarifas adicionais sobre importações, em um movimento visto por analistas como político e protecionista.

A China, por sua vez, ameaçou retaliar, e a Europa propôs uma proposta para zerar tarifas.

A possibilidade de uma guerra tarifária amplia os temores de uma desaceleração econômica mundial. Com cadeias de produção ameaçadas, analistas temem menor demanda por energia — o que impacta diretamente empresas exportadoras de commodities, como a Petrobras e a Vale.

ADRs da Petrobras e Vale afundam no pré-mercado

Em Nova York, os reflexos também foram sentidos logo nas primeiras horas do dia. As American Depositary Receipts (ADRs) da Petrobras recuavam 3,43%, negociadas a US$ 12,68. Já as da Vale caíam 2,42%, cotadas a US$ 8,86.

Ambas são sensíveis a mudanças no apetite por risco e ao humor global.

Além da pressão externa, investidores estrangeiros demonstram cautela com ativos brasileiros. O câmbio também responde à fuga de capital de países emergentes, o que pode intensificar a desvalorização de empresas listadas no exterior.

Impacto no Ibovespa e no mercado doméstico

Com as perdas da Petrobras e da Vale, o Ibovespa opera pressionado neste início de semana. Ambas as companhias têm forte peso no índice e puxam a bolsa para baixo quando seus papéis desvalorizam.

Além disso, o enfraquecimento de outras empresas ligadas a commodities, como Suzano e Gerdau, colabora para o cenário negativo.

Apesar da pressão, analistas não descartam uma recuperação nos próximos dias, caso haja recuo nas tensões comerciais ou melhora no preço do petróleo. Ainda assim, o mercado tende a operar com volatilidade elevada nas próximas sessões.

Projeções e cautela no radar

Segundo analistas consultados pelo Estadão e pelo Valor Investe, o mercado deve manter tom defensivo enquanto persistirem dúvidas sobre a política comercial dos EUA.

A incerteza fiscal no Brasil e os desafios geopolíticos globais contribuem para uma visão mais conservadora dos investidores neste momento.

Para o investidor de longo prazo, momentos como este podem representar oportunidade, mas a recomendação majoritária é de cautela, especialmente diante de um cenário ainda instável e sujeito a novos desdobramentos.

Luiz Fernando
Licenciado em Letras, apaixonado por esportes, música e cultura num geral.