
A Coreia do Norte, conhecida por seu regime autoritário e isolamento do mundo, está se tornando uma potência no mundo das criptomoedas, mas não da maneira convencional. Através de atividades cibernéticas ilegais, o governo de Kim Jong-un teria acumulado uma quantidade impressionante de Bitcoins, o que poderia colocá-lo como a terceira maior reserva de BTC do planeta, atrás apenas dos Estados Unidos e do Reino Unido.
Esse feito, aparentemente surpreendente, reflete o crescimento do uso de criptomoedas em atividades ilícitas e a eficácia dos hackers no apoio a governos que operam fora dos limites legais.
O Poder dos Hackers Norte-Coreanos
A Coreia do Norte tem sido associada a uma série de ciberataques que visam, principalmente, o roubo de criptomoedas. O grupo de hackers Lazarus, vinculado diretamente ao governo norte-coreano, é o principal responsável por essa prática.
Em 2024, os hackers norte-coreanos conseguiram roubar impressionantes US$ 659 milhões em criptomoedas, com muitos desses ativos convertidos em Bitcoin. Em fevereiro de 2025, o FBI revelou que o país é responsável por um dos maiores roubos de ativos virtuais da história, com cerca de US$ 1,5 bilhão em criptomoedas sendo desviados.
Esses ataques cibernéticos não são ações isoladas, mas parte de uma estratégia mais ampla para gerar recursos e sustentar o regime autoritário da Coreia do Norte, especialmente diante das sanções internacionais e da escassez de recursos financeiros devido ao isolamento econômico.
A Coreia do Norte no Topo do Ranking de Bitcoin
Com a recente avaliação de 13.562 BTC (equivalente a US$ 1,14 bilhão), a Coreia do Norte se aproxima de uma posição de destaque no ranking global de reservas de Bitcoin, ocupando atualmente a terceira posição. Os dois primeiros lugares são ocupados por:
- Estados Unidos: 198.109 BTC
- Reino Unido: 61.245 BTC
Estudos da Arkham Intelligence, especializada na análise de blockchain, apontam que esses ataques são orquestrados de forma meticulosa, com o objetivo de aumentar os lucros ilícitos. Os recursos não são apenas armazenados; há um processo contínuo de movimentação e conversão, o que dificulta o rastreamento por autoridades internacionais.
Criptomoedas: A Arma Secreta Contra as Sanções
A Coreia do Norte está sob um rigoroso conjunto de sanções econômicas e políticas impostas pela comunidade internacional, devido ao seu programa nuclear e de mísseis balísticos. Essas sanções dificultam a obtenção de recursos legítimos e afetam severamente a economia do país.
No entanto, as criptomoedas, especialmente o Bitcoin, oferecem uma maneira de driblar o sistema financeiro global. Através do uso de criptomoedas, o regime de Kim Jong-un consegue realizar transações anônimas e descentralizadas, permitindo que o país receba fundos sem a necessidade de interagir com bancos internacionais ou autoridades financeiras. Isso torna mais difícil a detecção de suas atividades ilícitas.