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A Coteminas, empresa têxtil de Josué Gomes da Silva, anunciou a assinatura de um memorando de entendimento com a varejista de moda Shein. O acordo prevê que 2 mil clientes da Coteminas passem a ser fornecedores da empresa estrangeira, para atender os mercados doméstico e da América Latina. Além disso, o memorando também envolve o financiamento para capital de trabalho e contratos de exportação de produtos para o lar.
Durante uma reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a Shein se comprometeu a nacionalizar 85% de suas vendas no Brasil em quatro anos, com produtos feitos no país. Após esse compromisso, a empresa anunciou investimentos de aproximadamente R$ 750 milhões no setor têxtil brasileiro, que poderá gerar até 100 mil empregos indiretos no país nos próximos três anos.
O anúncio da parceria ocorreu em um momento em que o governo discute a sonegação de impostos nas compras em sites estrangeiros que vendem para o Brasil. O governo anunciou planos para ampliar a fiscalização a fim de taxar essas importações, mas recuou parcialmente com a repercussão negativa da proposta.
A Coteminas, fundada em 1967, é uma das maiores empresas têxteis do país e está presente em 14 estados brasileiros, além de contar com filiais no Uruguai, Argentina, Estados Unidos e Portugal. Já a Shein é uma empresa chinesa de e-commerce que oferece uma grande variedade de produtos de moda a preços acessíveis para consumidores de todo o mundo. Com o acordo, a empresa poderá expandir ainda mais sua atuação no mercado brasileiro e da América Latina.
A transição da produção da Shein
Após as recentes polêmicas envolvendo a taxação sobre importações pelo ministro Fernando Haddad, a Shein buscou soluções para se manter competitiva e evitar novos problemas aduaneiros.
A Shein, e-commerce chinês de moda, anunciou nesta quinta-feira (20) que começará a fabricar seus produtos no Brasil, tornando-se o primeiro movimento desse tipo feito pelo site desde que foi fundado há 15 anos. O presidente da empresa na América Latina, Marcelo Claure, afirmou que 70% dos produtos vendidos pela marca no Brasil são importados da China, enquanto os 30% restantes são oriundos de parceiros locais.
Com o objetivo de inverter essa relação, a empresa planeja ter 80% dos produtos vindo da fabricação local e do marketplace brasileiro até 2026, gerando empregos e fechando parcerias com dois mil fabricantes brasileiros. A Shein investirá US$ 150 milhões no Brasil para adaptar as fábricas nacionais ao modelo de produção da empresa, com investimentos em tecnologia, equipamentos e treinamento dos colaboradores.
O anúncio foi feito em um momento em que a Shein e outros ecommerces chineses enfrentam críticas de varejistas brasileiros por suposta concorrência desleal. Nas últimas semanas, o Governo estudou taxar as remessas internacionais de até US$ 50, mas voltou atrás após críticas nas redes sociais. Claure se comprometeu a investir no país e entregou ao Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, uma carta de compromisso com as promessas feitas para o Brasil.
A expectativa da Shein é que os preços dos produtos fabricados no Brasil sejam iguais ou menores que os importados, já que a empresa terá uma grande economia com a logística. O modelo de fabricação da Shein é on demand, ou seja, a empresa só fabrica o que vende, evitando que os fabricantes tenham o custo de carregar o estoque.
Segundo Claure, a decisão de iniciar a produção local tem a ver com a importância do mercado brasileiro para a Shein. O Brasil está entre os cinco maiores mercados da empresa em faturamento e o público brasileiro tem um “fit” muito grande com os produtos da marca. A ideia é que os produtos fabricados no Brasil também sejam exportados para outros países da América Latina. No futuro, a Shein pensa em adotar o modelo de near shoring em outros mercados em que atua.