Nesta semana, no dia 30 de novembro, terminou o prazo para o pagamento da primeira parcela do décimo terceiro salário, que deve ser pago a todos que trabalharam com carteira assinada em 2023. Mas como se organizar financeiramente para não zerar a grana de uma vez só? E qual a melhor forma de utilizá-la de fato?
De acordo com João Bertelli, planejador financeiro e sócio da A7 Capital, a primeira parcela do 13º salário pode ser uma oportunidade para organizar as finanças, fazer investimentos ou realizar projetos pessoais.
“A melhor forma de utilizar esse recurso vai depender da realidade e momento financeiro de cada um. O trabalhador pode pagar dívidas, antecipar parcelas de financiamentos, criar ou reforçar sua reserva de emergência, fazer investimentos de médio ou longo prazo ou então realizar algum projeto pessoal como uma viagem de final de ano”, explica.
Segundo o especialista, para quem tem dívidas, a recomendação é primeiro focar em quitá-las para depois investir.
“Isso porque o retorno de um investimento dificilmente vai ser maior do que os juros de um empréstimo ou financiamento, que costumam ser altos. Os efeitos dos juros compostos em dívidas podem ser perversos no longo prazo, então o recomendável é evitar essa força contra o bolso”, explica Bertelli.
Ele também recomenda que as dívidas do cartão de crédito e cheque especial devem ser priorizadas no momento da quitação, já que costumam ter os juros mais altos que os outros empréstimos.
Andre Sandri, educador financeiro e sócio da AVG Capital, indica que o dinheirinho do décimo terceiro pode ser excelente para se preparar para as contas de janeiro como o IPVA, o IPTU e gastos escolares.
“São gastos certos e, se você se planejar, não vão pegá-lo de surpresa. Reservar parte do 13º para essas despesas trará uma paz de espírito inestimável no começo do ano. Já no final do ano, estabeleça um valor máximo para gastos festivos e presentes, evitando assim surpresas desagradáveis no cartão de crédito”, ressalta.
Agora, se depois disso tudo, ainda sobrar um valor, invista! Sandri comenta que, para investir a primeira parcela do 13º salário, o trabalhador tem diversas opções tanto em renda fixa quanto variável.
“Para quem é mais conservador e está montando uma reserva de emergência, o ideal é a renda fixa. Dela, podemos citar, o Tesouro Direto que é uma escolha segura, oferecendo títulos como o Tesouro Selic para liquidez ou Tesouro IPCA para proteção contra a inflação. CDBs, especialmente aqueles com rendimentos acima do CDI, também são boas opções para diversificar”, afirma.
Na renda variável, Sandri comenta sobre a possibilidade de investir em fundos de investimento, especialmente fundos de índice (ETFs), que oferecem diversificação e são uma forma prática de investir na bolsa de valores.
“Para quem tem um perfil mais arrojado, ações de empresas com bom histórico de dividendos ou crescimento podem ser interessantes, mas é essencial fazer uma pesquisa cuidadosa antes. Cada opção tem seus próprios riscos e benefícios, por isso, é importante que o investidor avalie seu perfil de risco, objetivos e horizonte de investimento antes de tomar uma decisão”, recomenda.