INDC mostra que Serviços e Varejo continuam a puxar o indicador, com alta de 126% e 85%, respectivamente, no mês passado.
A demanda por crédito no mês de março registrou alta de 25% em relação a igual mês de 2021. Em relação a fevereiro, o aumento foi de 5%. Os dados são do Índice Neurotech de Demanda por Crédito (INDC). O indicador mede mensalmente o número de solicitações de financiamentos nos segmentos de varejo, bancos e serviços.
Em março frente a fevereiro, os destaques ficaram por conta do Varejo, com alta mensal de 31% e Bancos e Financeiras, com 5%. O único a registrar queda em março ante fevereiro foi Serviços (-22%). “Entendemos a queda de Serviços como algo sazonal para o período, haja visto que no comparativo com mesmo mês do ano passado há uma expansão”, diz o diretor executivo de Receitas da Neurotech, Breno Costa.
Já na base anual, Serviços lidera o crescimento com alta de 126% na comparação com março de 2021. Varejo também registrou aumento considerável, de 85%. Apenas Bancos, tiveram desempenho modesto, de 1%.
Apesar do cenário de escalada dos juros e de inflação crescente, Costa destaca que o indicador manteve a tendência de recuperação desde o início da série em janeiro de 2020. “Observamos uma forte recuperação em crédito maio a agosto de 2021. A tendência no momento é de razoável estabilidade, mas num patamar 40% maior que o pré-pandemia”.
Destaques por segmento
O INDC traz ainda como destaque a alta de financiamentos em Supermercados, com alta de 186%, o que revela que o brasileiro tem tomado mais crédito para compras do dia a dia. Só perde para Lojas de Departamento, que registrou aumento de 432%, na comparação com março de 2021. Vestuário subiu 130%. Na base mensal, frente a fevereiro, Supermercados subiu 69%; Vestuário, 13%; Eletrodomésticos, 10% e Lojas de Departamento, 6%.
“Em 12 meses, o IPCA acumula um avanço de mais de 11%. Essa disparada da inflação, trouxe um ciclo de aumento das taxas de juros e consequente pressão no resultado dos concessores de crédito. O fator de incerteza sobre o futuro próximo também está presente, dado o ano de eleição presidencial e a Guerra da Ucrânia. Muitos vetores estão atuando sobre o setor de crédito e temos cautela no momento para apontar uma tendência clara para o curto prazo”, avalia Costa.