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Desaceleração leva investidores para segmentos tradicionais, diz especialista

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O segundo aumento consecutivo de 0,75% na taxa de juros nos Estados Unidos sinaliza que o mercado americano vai manter o ritmo de ajustes. Para investidores, o cenário direciona os recursos das empresas de tecnologia para segmentos consolidados. Projetos de energia renovável ou verde, como o de hidrogênio, continuam sendo atrativos em meio às instabilidades econômicas e geopolíticas, assim como commodities, especialmente aquelas ligadas ao agronegócio.

Para Carlos Lobo, sócio do escritório Hughes Hubbard & Reed LLP, setores mais resilientes têm se destacado no interesse de investidores após um ciclo de alta liquidez promovido pelo FED, a autoridade monetária dos EUA.

“Neste momento de desaceleração, já vimos as mudanças no valuation de empresas de tecnologia e um direcionamento maior dos investimentos para setores menos sensíveis. Se pensamos no streaming, que cresceu exponencialmente por conta de uma antecipação do consumo durante a pandemia, sabemos que isso não deve se repetir. Já o setor de óleo e gás ou de energia, por exemplo, apresenta oportunidades ligadas a ESG e a projetos de prazos e ciclos mais longos. Essa desaceleração nos permite uma leitura de setor para setor”, diz o especialista.

Outro campo que ganha relevância é o de commodities, segundo Lobo, que tem ganhado valor, especialmente no agronegócio, por causa do aumento generalizado da inflação no mundo e da guerra na Ucrânia.

No mercado de tecnologia, os investidores acompanham os ajustes nas empresas de tecnologia e têm se concentrado em fundos de private equity ligados a serviços financeiros e tecnologia da informação. Outra modalidade que mantém destaque, segundo Lobo, são operações de corporate venture capital (CVC), em que grandes companhias estruturam fundos para investirem em companhias de tecnologia que fornecerão inovação para seus negócios em menos tempo.

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