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- A desaprovação de Lula supera 50% em 8 estados, com destaque para SP, RJ e MG
- Pela primeira vez, a desaprovação ultrapassou a aprovação na Bahia e Pernambuco
- A queda na popularidade é explicada pela insatisfação com a economia e promessas não cumpridas
A pesquisa Quaest, divulgada nesta quarta-feira (26), revela que o terceiro governo de Lula (PT) enfrenta alta desaprovação entre os eleitores de vários estados do Brasil.
O levantamento, realizado entre 19 e 23 de fevereiro de 2025, aponta que 50% ou mais dos entrevistados desaprovam o governo Lula em 8 estados pesquisados.
O estudo foi realizado com 6.630 brasileiros de 16 anos ou mais. Abrangendo, portanto, os estados da Bahia, Goiás, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo. E tem, portanto, uma margem de erro de 3 pontos para 7 estados e 2 pontos para São Paulo.
Queda de popularidade nos estados-chave
Os números mais expressivos de desaprovação aparecem em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, estados onde Lula teve grande apoio nas eleições de 2022.
Em São Paulo, por exemplo, a desaprovação subiu 14 pontos, saltando de 55% em dezembro de 2024 para impressionantes 69% na pesquisa de fevereiro. A aprovação caiu de 43% para 29%, mostrando um cenário de crescente insatisfação.
Em Minas Gerais, a desaprovação também aumentou consideravelmente, passando de 47% para 63%, enquanto a aprovação caiu de 52% para 35%.
A pesquisa em Pernambuco e Bahia, onde Lula venceu as eleições, também revelou uma mudança significativa. Pela primeira vez, a desaprovação, no entanto, superou a aprovação nestes estados, com 51% e 50% de desaprovação, respectivamente.
RJ e Rio Grande do Sul entram no radar
Outra novidade desta pesquisa foi a inclusão do Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul no levantamento da Quaest. No Rio de Janeiro, 64% dos entrevistados desaprovam o governo de Lula, contra 35% de aprovação.
No Rio Grande do Sul, 66% dos eleitores não aprovam o governo, enquanto 33% manifestam aprovação. Esses dados marcam uma mudança importante, já que os dois estados nunca haviam sido incluídos em levantamentos anteriores sobre a avaliação do governo Lula. A inclusão desses estados, portanto, traz uma visão mais abrangente da atual situação política do Brasil.
Percepção de falhas na economia
Felipe Nunes, diretor da Quaest, aponta que a queda na popularidade de Lula pode ser explicada, em grande parte, pela insatisfação dos eleitores com a condução da economia. Além das promessas não cumpridas durante a campanha.
A pesquisa revelou que 65% dos eleitores acreditam que o presidente não conseguiu cumprir suas promessas de campanha, contudo, um dos índices mais altos desde o início de seu terceiro mandato. Isso tem gerado frustração, em vez de esperança, como era esperado.
“Primeiro, Lula não consegue cumprir suas promessas. Esse percentual sempre foi alto, mas chegou ao seu maior patamar em jan/25: 65%. Ou seja, mais do que gerar esperança, o atual governo produz frustração na população”, afirma Nunes.
A falta de avanço em áreas-chave da economia, como inflação e desemprego, é vista como um dos principais fatores que impulsionam essa reprovação.
Crescimento da desaprovação no Norte e Centro-Oeste
Além dos estados mais populosos, a pesquisa também apontou que a desaprovação aumentou significativamente em outras regiões do país. Em Goiás, por exemplo, a desaprovação subiu de 56% em dezembro para 70% em fevereiro de 2025, uma queda acentuada na aprovação, que passou de 41% para 28%.
No Paraná, a desaprovação também cresceu 15 pontos, chegando a 68%, enquanto a aprovação caiu de 44% para 30%.
Dados gerais da pesquisa
A pesquisa Quaest também trouxe uma avaliação nacional do governo Lula, que indica um crescimento da desaprovação. Em janeiro de 2025, pela primeira vez, a desaprovação superou a aprovação.
Os números nacionais mostraram que 49% dos brasileiros desaprovam o governo, enquanto 47% aprovam. Esse levantamento nacional acompanha a tendência de queda de popularidade que se reflete em vários estados.
Números da pesquisa:
- Aprova: 47% (eram 52% em dezembro de 2024)
- Desaprova: 49% (eram 47%)
- Não sabe/não respondeu: 4% (eram 2%)