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- PT busca novo nome para o Ministério da Saúde
- Alexandre Padilha e Arthur Chioro lideram a disputa
- Programa Mais Acesso a Especialistas enfrenta dificuldades
A iminente saída da ministra da Saúde, Nísia Trindade, abriu uma disputa interna no Partido dos Trabalhadores (PT) pelo comando da pasta.
O Ministério da Saúde, com orçamento de R$ 239,7 bilhões, representa uma peça-chave para o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Especialmente, em meio à queda de popularidade registrada por pesquisas recentes.
Alexandre Padilha lidera as apostas
O nome mais cotado para assumir o cargo é Alexandre Padilha, atual ministro da Secretaria de Relações Institucionais. Com experiência no setor, Padilha comandou o Ministério da Saúde durante o governo de Dilma Rousseff (2011-2014) e possui aliados estratégicos em diversas secretarias da pasta.
Além disso, sua proximidade com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, fortalece sua posição na disputa.
Nos bastidores, Lula sinalizou preferência por Padilha, mas impôs uma condição: o ministro deve permanecer no cargo até o fim do mandato. Dessa forma, abrindo mão de disputar as eleições de 2026.
Padilha, deputado licenciado, declarou em reuniões internas estar disposto a não concorrer para fortalecer a campanha de reeleição de Lula ou apoiar outro candidato do PT.
Arthur Chioro ganha apoio de alas do PT
Apesar da vantagem de Padilha, o ex-ministro Arthur Chioro também surge como candidato forte. Atualmente à frente da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), Chioro conta com o apoio de figuras influentes do PT. Assim, como o senador Humberto Costa, a deputada Gleisi Hoffmann e o ministro da Casa Civil, Rui Costa.
Todos integram a corrente Construindo um Novo Brasil (CNB), majoritária dentro do partido.
O grupo de Rui Costa defende a nomeação de Chioro para reforçar sua influência no governo, enquanto Gleisi Hoffmann, prestes a assumir a Secretaria-Geral da Presidência, também endossa a candidatura do ex-ministro.
Essa disputa evidencia um racha interno no PT sobre os rumos da gestão e a sucessão da própria Gleisi na presidência do partido.
Crise no SUS e pressão sobre o governo
O cenário atual do Sistema Único de Saúde (SUS) contribui para a necessidade de mudança na pasta. O programa “Mais Acesso a Especialistas”, lançado em abril de 2023 para reduzir filas de cirurgias e exames, enfrenta dificuldades em alcançar todas as regiões do país.
Além disso, o surto de dengue em São Paulo e em outros cinco estados agravou os problemas de gestão. E, dessa forma, gerou críticas à atuação de Nísia Trindade.
O governo reconhece a importância de melhorar a comunicação e a execução dos programas de saúde. O ministro da Secretaria de Comunicação Social, Sidônio Palmeira, adiantou que o nome do programa será reformulado para torná-lo mais compreensível e atrativo à população.
O desfecho da disputa deve ocorrer nas próximas semanas, com a expectativa de que Lula oficialize a troca durante as celebrações dos 45 anos do PT, no Rio de Janeiro.
Enquanto isso, as articulações seguem nos bastidores, com Padilha em vantagem, mas sem descartar uma reviravolta que leve Chioro ao comando da Saúde.