
Uma nova crise monetária está sacudindo a América do Sul, e o Paraguai está no olho do furacão. Bolivianos estão cruzando a fronteira com um “arsenal” de criptomoedas, trocando por dólares no Paraguai e levando a grana de volta pra casa. Resultado? O dólar disparou no Paraguai, e a economia local está em polvorosa!
A Bolívia está passando por maus bocados. A economia, que sempre dependeu do petróleo e do gás, está em crise. As exportações caíram pela metade, e as reservas de dólares do país estão indo pro ralo. Sem dólar no mercado, o que os bolivianos fazem? Recorrem às criptomoedas!
E é aí que o Paraguai entra na história. Muitos bolivianos estão comprando stablecoins (aquelas criptomoedas que valem o mesmo que o dólar), atravessando a fronteira e, em solo paraguaio, trocando essas moedas digitais por dólares “vivos” no mercado paralelo (aquele que não é oficial, tipo um “mercado negro” do câmbio).
Dólar nas alturas, Banco Central em ação (será que adianta?)
Com tanta gente querendo comprar dólar, a moeda americana disparou no Paraguai. O Banco Central do Paraguai (BCP) está desesperado tentando segurar a onda. Só em janeiro, eles injetaram US$ 85 milhões no mercado para aumentar a oferta de dólares e tentar conter a alta.
Mas, segundo Emil Mendoza, chefão da Associação de Casas de Câmbio do Paraguai, essa medida é como “enxugar gelo”. Ele diz que o problema é muito maior: é a fuga de dólares para a Bolívia via criptomoedas.
“Operação Abafa Cripto”: será que funciona?
Mendoza explica que a crise na Bolívia é tão braba que a galera está apelando para as criptomoedas para conseguir dólares de qualquer jeito. E o pior: essa “operação” está cada vez mais sofisticada. Os bolivianos compram as stablecoins, passam a fronteira e trocam por dólares “na moita”, sem passar pelo sistema bancário.
Esses dólares são levados de volta para a Bolívia, alimentando um mercado negro de câmbio que foge do controle dos governos. Mendoza compara essa situação com a crise na Argentina, quando também rolava muita fuga de dinheiro por “caminhos alternativos”.
Ele alerta que o BCP, sozinho, não vai conseguir resolver o problema. Sem a ajuda da polícia e do departamento de crimes econômicos, o Banco Central só vai gastar as reservas internacionais do Paraguai sem resolver a causa da crise.
Economia “na moita” e o poder das criptos
Para piorar a situação, estudos mostram que quase metade da economia paraguaia funciona “na informalidade”, ou seja, fora do controle do governo. Isso torna o país um “paraíso” para esse tipo de operação com criptomoedas.
As stablecoins, que deveriam ser usadas para facilitar pagamentos e incluir mais gente no sistema financeiro, acabam virando ferramentas para fugir do controle do câmbio e movimentar dinheiro ilegalmente.
O que esperar dos próximos capítulos:
- Investigação: Será que as autoridades vão investigar a fundo essa “rota cripto” de fuga de dólares?
- Medidas mais duras: O governo paraguaio pode adotar medidas mais severas para controlar o câmbio e combater o mercado paralelo?
- Impacto na economia: A alta do dólar pode prejudicar ainda mais a economia do Paraguai, que já não anda muito bem das pernas?