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Dólar recua pela segunda vez consecutiva após intervenção do Banco Central e pacote fiscal do governo

O dólar recuou pelo segundo dia consecutivo após intervenção do Banco Central e a aprovação do pacote fiscal no Senado, fechando a R$6,071

Dólar recua pela segunda vez consecutiva após intervenção do Banco Central e pacote fiscal do governo

O dólar registrou uma queda pelo segundo dia consecutivo em relação ao real nesta sexta-feira (20), fechando o pregão a R$ 6,071, uma desvalorização de 0,87%. O movimento foi impulsionado por uma série de fatores, incluindo a injeção de US$ 7 bilhões pelo Banco Central (BC) no mercado, somando R$ 27,77 bilhões em intervenções desde a semana passada. Além disso, a conclusão da votação do pacote fiscal no Senado e declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ajudaram a pressionar o câmbio para baixo.

O BC voltou a atuar no mercado de câmbio nesta sexta-feira, com a venda de US$ 3 bilhões em leilões à vista e outros US$ 4 bilhões por meio de operações de linha, totalizando os US$ 7 bilhões que ajudaram a segurar a alta da moeda norte-americana. As intervenções do BC são parte de um esforço contínuo para conter a escalada do dólar, que, até o início da semana, teve forte valorização devido à incerteza sobre a política fiscal do país.

Desvalorização acumulada na semana

Embora o dólar tenha fechado em queda nesta sexta-feira, a moeda norte-americana ainda registrou uma valorização de 0,69% na semana, resultado de uma volatilidade significativa nos mercados. Em relação ao fechamento histórico anterior, na quinta-feira (19), o dólar teve uma retração de 2,29%, cotado a R$ 6,1243. Vale destacar que, mesmo com a queda recente, o dólar permanece acima da marca de R$ 6,00, uma barreira técnica importante que, segundo analistas, ainda exerce pressão no mercado cambial.

Influência do pacote fiscal

A baixa do dólar também refletiu a conclusão da votação do pacote fiscal proposto pelo governo no Senado. O projeto que restringe o Benefício de Prestação Continuada (BPC) e limita o aumento real do salário mínimo foi aprovado, o que tem contribuído para aumentar a confiança dos investidores na economia brasileira. Além disso, o Congresso Nacional aprovou uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que reduz as despesas obrigatórias do Executivo, além de um projeto de lei complementar que estabelece uma trava para a despesa pública.

Comentários de Lula sobre o Banco Central

No decorrer da tarde, o mercado reagiu positivamente a declarações do presidente Lula sobre o futuro presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo. Em vídeo publicado nas redes sociais, Lula afirmou que Galípolo tem sua total confiança e de toda a equipe do governo, destacando que ele será “o mais importante presidente do BC”. O presidente ainda frisou que “jamais haverá qualquer interferência da Presidência no trabalho do Banco Central”, uma declaração que foi bem-recebida pelo mercado e que contribuiu para o alívio nas cotações do dólar.

Cenário cauteloso no mercado cambial

Apesar da queda nas últimas duas sessões, analistas indicam que o mercado segue cauteloso quanto à evolução da política fiscal e da economia brasileira. O dólar, embora tenha cedido no curto prazo, continua acima de R$ 6,00, o que indica uma barreira psicológica importante. O índice do dólar, que mede o desempenho da moeda frente a uma cesta de divisas, também caiu 0,76%, fechando a 107,610, refletindo uma tendência de desvalorização global da moeda norte-americana.