A economia brasileira está projetada para crescer 2,4% em 2025, desacelerando em relação aos 3,5% esperados para 2024, de acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI). A inflação medida pelo IPCA deve registrar uma leve queda, passando de 4,8% em 2024 para 4,5% no próximo ano.
A indústria, por sua vez, deverá expandir 3,3% este ano e moderar para 2,1% em 2025, conforme relatório divulgado nesta terça-feira (17) pela CNI. A expectativa de um ciclo de alta na taxa básica de juros pelo Banco Central é apontada como o principal fator para essa desaceleração econômica, somada à criação de empregos em ritmo mais lento e à redução do impulso fiscal.
“Estamos próximos do potencial de crescimento estimado pela CNI. Com investimentos em alta e reformas recentes, a economia está se aproximando de seu limite de crescimento sustentável. Esperamos manter esse ritmo nos próximos anos”.
afirmou Mário Sérgio Telles, superintendente de Economia da CNI.
A projeção da CNI para a taxa Selic indica que ela encerrará 2025 em 12,75% ao ano, meio ponto percentual acima da taxa atual de 12,25%. O Banco Central, segundo a entidade, continuará elevando a Selic até março, alcançando 14,25% ao ano, e então iniciará uma trajetória de queda gradual.
Apesar da recente desvalorização cambial, a CNI prevê que o dólar se estabilizará ao longo de 2025, com uma taxa média de câmbio de R$ 5,70. Para 2024, a confederação estima uma média de R$ 5,38 ao longo do ano.
A confiança da CNI na redução da inflação também se baseia na expectativa de aprovação parcial do pacote de cortes de gastos e na reforma do Imposto de Renda, que, segundo Telles, neutralizará os impactos negativos sobre o mercado financeiro. A entidade estima que essas medidas contribuirão para uma reversão na taxa de câmbio ao longo do ano, além de sustentar a inflação em patamares controláveis.
Em relação às contas públicas, a CNI projeta que entre 70% e 80% das medidas de corte de gastos propostas pelo governo serão aprovadas pelo Congresso, o que resultaria em economia de aproximadamente R$ 22 bilhões nos gastos obrigatórios para 2025, em comparação com os R$ 30 bilhões inicialmente propostos.
Apesar das incertezas, a CNI reforça a importância das reformas econômicas em curso para manter a estabilidade fiscal e promover um ambiente propício ao crescimento econômico sustentável nos próximos anos.