Análise

Economista alerta: crise monetária pode afetar crescimento e economia real

Economista alerta que a crise monetária no Brasil pode impactar o crescimento econômico

Arte: GDI
Arte: GDI | Arte: GDI

A aversão ao risco que toma conta do mercado de capitais brasileiro pode ser um indicativo de uma disfunção econômica maior, com potencial para uma recessão, conforme alerta o economista André Perfeito. Em postagem nas redes sociais na quarta-feira (18), o especialista fez uma análise contundente sobre os rumos da economia nacional, destacando uma crise monetária que já se instala com força no país.

“A crise que agora se instalou ganhou dinâmica própria e supera muito qualquer visão menos pessimista. Mesmo aqueles que não acreditam que o pior está por vir, não têm como apostar no sentido contrário”.

afirmou Perfeito.

O economista reforçou sua visão de que a crise é mais grave do que muitos previam, apontando que as reações do mercado são exageradas, mas ainda assim, não há instrumentos disponíveis para o governo reverter a situação.

Perfeito fez uma análise detalhada da crise e destacou cinco pontos de atenção que devem ser monitorados de perto pelos mercados financeiros:

Recessão com juros futuros elevados – A combinação de recessão e juros futuros em alta deve agravar a situação econômica. Esse cenário pode prolongar o ciclo de dificuldades enfrentado pelas empresas e pelo governo.

Crise mais intensa do que o esperado – De acordo com o Boletim Focus, as previsões para o crescimento da economia brasileira são mais otimistas do que a realidade enfrentada. O economista acredita que a crise será mais profunda do que o esperado pelos especialistas, afetando diretamente os números do PIB.

Implosão de balanços empresariais – Empresas com altos níveis de endividamento podem enfrentar sérios problemas financeiros. A crise pode levar à revisão de seus balanços, impactando negativamente a solvência de grandes corporações.

Impacto nos fundos de renda fixa – Os fundos de renda fixa, que historicamente são considerados mais seguros, também podem ser afetados pela deterioração das finanças corporativas e pela fuga de liquidez no mercado.

Prejuízos fiscais e queda nas receitas do governo – A piora nas condições econômicas pode afetar a arrecadação do governo, o que implica em uma deterioração da situação fiscal do país. Com menos receitas, o governo terá dificuldades em cumprir suas metas fiscais e implementar políticas públicas.
Perfeito destaca que os efeitos dessa crise monetária serão sentidos de forma mais profunda na economia real, afetando os cidadãos e o consumo. Para ele, essa crise é um reflexo de uma confusão entre as contas primárias e nominais do governo, algo que não pode ser resolvido facilmente.

“Insisto, esta é uma crise monetária, uma crise que confundiu primário com nominal e exige uma solução que não pode vir de uma hora para outra”.

ponderou Perfeito.

    Por fim, o economista alertou para a possibilidade de revisão da projeção do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), que pode cair de 1% para 0,5%, caso os problemas não sejam resolvidos a tempo. A expectativa é de que o Brasil enfrente uma desaceleração ainda mais acentuada nos próximos meses, o que exigirá medidas urgentes e eficazes por parte do governo para evitar um agravamento da crise.

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