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Estadão critica Lula por falta de ação aos incêndios recordes

Após criticar a gestão ambiental de Bolsonaro e se eleger como defensor das florestas, Lula enfrenta pressão para mostrar resultados.

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  • Eleito com a promessa de proteger as florestas e após criticar a gestão ambiental de Jair Bolsonaro, o presidente Lula enfrenta um grande desafio
  • Apesar de ter nomeado Marina Silva, uma figura de destaque internacional em questões ambientais, a realidade mostra um cenário alarmante
  • A Amazônia está novamente em chamas

Eleito com a promessa de proteger as florestas e após criticar a gestão ambiental de Jair Bolsonaro, o presidente Lula enfrenta um grande desafio em seu terceiro mandato. Apesar de ter nomeado Marina Silva, uma figura de destaque internacional em questões ambientais, a realidade mostra um cenário alarmante. A Amazônia está novamente em chamas.

A crise ambiental é agravada pelo fato de que o fogo se espalha com intensidade crescente na maior floresta tropical do mundo. Isto, em um contexto onde a seca prolongada, exacerbada pelo El Niño e pelas mudanças climáticas, contribui para a situação. Em 2020, as queimadas no Pantanal provocaram grande repercussão; agora, o mesmo drama se repete na Amazônia. A pressão sobre o governo é significativa, e a gestão petista está sendo cobrada por uma resposta mais eficaz à devastação.

Embora o desmatamento tenha diminuído, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) registrou mais de 43 mil focos de incêndio entre 1.º de janeiro e 20 de agosto de 2024, tornando este o pior período em 17 anos. O Monitor do Fogo do MapBiomas aponta que a área queimada na floresta praticamente dobrou em comparação com o ano passado.

O incêndio, frequentemente associado à conversão de terras para pastagens, está se espalhando por áreas não desmatadas e o número atual de 1.489 brigadistas, segundo o Ministério do Meio Ambiente, parece insuficiente diante da magnitude do problema.

Medidas preventivas

O governo, que se orgulha de seu compromisso ambiental, deveria, contudo, ter antecipado e preparado medidas preventivas e de combate muito mais robustas.

A recente greve dos servidores ambientais, no entanto, pode ter contribuído para o aumento das queimadas na Amazônia. Apesar de não incluir brigadistas, a paralisação afetou a fiscalização de crimes ambientais, refletindo uma possível negligência do poder público.

Especialistas recomendam que o governo intensifique a prevenção, com servidores ativos no campo para combater incêndios ilegais e orientar produtores rurais. O Brasil possui tecnologia e conhecimento para monitorar focos de calor e analisar padrões de incêndio, mas falta competência prática. Boas intenções não são suficientes; é necessário agir de forma eficaz.

PAC 3: Projetos parados marcam mandato de Lula

  • O presidente Lula demonstra crescente inquietação. Sem consolidar uma marca no terceiro mandato, Lula revisita o PAC, buscando resultados concretos para apresentar à população e fortalecer sua gestão
  • No entanto, o ritmo lento dos projetos sugere que essa busca pode terminar em frustração
  • Um levantamento feito pelo Estadão/Broadcast, com base em dados da Casa Civil, revela motivos de preocupação

O presidente Lula demonstra crescente inquietação. Sem consolidar uma marca no terceiro mandato, Lula revisita o PAC, buscando resultados concretos para apresentar à população e fortalecer sua gestão. No entanto, o ritmo lento dos projetos sugere que essa busca pode terminar em frustração.

Um levantamento feito pelo Estadão/Broadcast, com base em dados da Casa Civil, revela motivos de preocupação. A pasta, liderada por Rui Costa, tem enfrentado dificuldades na execução do PAC, que no passado já foi sinônimo de atrasos e cancelamentos de obras. Agora, o cenário parece repetir-se, com a máquina pública, sob o comando do governo petista, novamente incapaz de impulsionar projetos prioritários.

Dos 11.656 projetos anunciados há um ano com o relançamento do PAC, 5.666 permanecem em fase de “ação preparatória”, ou seja, ainda não saíram do papel. A situação pode ser ainda mais grave, uma vez que algumas obras listadas como “em execução” estão, na verdade, paradas, como a ponte sobre o Rio Juruá, no Acre, e os acessos à ponte sobre o Rio Guaíba, no Rio Grande do Sul.

Isso sugere confusão ou distorção nos dados divulgados. Em agosto de 2023, Lula afirmou que o novo PAC seria o marco inicial de seu governo. Se for assim, o governo Lula ainda não teve um início efetivo — e o presidente parece ciente disso.

Em junho deste ano, se queixando da “burocracia”, cobrou mais velocidade: “O mandato é só de quatro anos, daqui a pouco a gente termina o mandato e não consegue executar”.

Promessas do novo PAC

Não é apenas uma questão de burocracia. O PAC de Lula promete até R$ 1,7 trilhão até 2026, com recursos provenientes do Orçamento, estatais, financiamentos e investimentos privados. No entanto, os recursos da União estão cada vez mais pressionados por despesas obrigatórias, como o aumento real do salário mínimo e a manutenção dos benefícios sociais. Além disso, as emendas parlamentares, agora quase equivalentes aos investimentos, estão em disputa entre o Congresso, o Planalto e o STF.

O governo busca uma solução para a transparência das emendas após o STF suspender pagamentos, na esperança de utilizar esses recursos no PAC. No entanto, isso pode não ser suficiente para tornar o PAC um verdadeiro símbolo da administração Lula, podendo, ao contrário, destacar a dificuldade do governo em cumprir suas ambiciosas promessas.


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