Imposição de tarifas

EUA mantêm tarifas de 25% sobre aço e alumínio ao Brasil sem exceções

A Casa Branca confirmou, nesta terça-feira (11), que seguirá adiante com a imposição de tarifas de 25% sobre o aço e o alumínio importados de todos os parceiros comerciais.

Aluminio 1
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  • EUA mantêm tarifas de 25% sobre o aço, afetando exportações brasileiras e ameaçando o setor siderúrgico
  • Governo americano alega proteger sua indústria e combater concorrência desleal, citando a China como fator de risco
  • Brasil avalia retaliações e busca alternativas, como concessões comerciais no etanol e açúcar, para minimizar prejuízos

A Casa Branca confirmou, nesta terça-feira (11), que seguirá adiante com a imposição de tarifas de 25% sobre o aço e o alumínio importados de todos os parceiros comerciais, sem exceções ou isenções.

A medida, anunciada originalmente em fevereiro, entrará em vigor à meia-noite desta quarta-feira (12). A decisão representa um duro golpe para o Brasil, que tem nos Estados Unidos um de seus principais mercados para produtos siderúrgicos.

Impacto no Brasil

O Brasil é o segundo maior fornecedor de aço para os EUA, representando 16% do volume total importado pelos americanos. Em 2023, o país exportou 3,88 milhões de toneladas de aço para o mercado norte-americano, ficando atrás apenas do Canadá (20,9%) e à frente do México (11,1%). Em valores, o Brasil arrecadou US$ 2,66 bilhões com essas exportações no último ano.

O impacto da decisão será significativo, pois aproximadamente metade das exportações brasileiras de aço têm os EUA como destino. Empresas como Ternium, ArcelorMittal e Usiminas serão as mais afetadas, já que destinam uma parte expressiva de suas produções para o mercado norte-americano.

Estimativas indicam que as siderúrgicas brasileiras podem perder até US$ 5 bilhões (R$ 29 bilhões) devido à medida.

Motivações da decisão dos EUA

O ex-presidente Donald Trump, ao justificar a medida, destacou que a indústria siderúrgica dos EUA opera com uma capacidade abaixo de 80%, o que, segundo ele, compromete a segurança nacional.

Além disso, Trump afirmou que países como o Brasil estariam se beneficiando da concorrência desleal da China, que estaria despejando aço barato no mercado internacional e afetando a indústria americana.

Na visão da administração Trump, a imposição da tarifa busca proteger os empregos e a produção interna de aço nos EUA, além de cumprir promessas de campanha ligadas à reindustrialização do país.

No entanto, especialistas alertam que a medida pode aumentar custos para setores que dependem do aço importado, como a construção civil e a indústria automobilística.

Reação brasileira e possíveis retaliações

O governo brasileiro já se manifestou contrário à decisão e busca alternativas para minimizar os prejuízos. O Instituto Aço Brasil, que representa as siderúrgicas nacionais, rebateu as alegações dos EUA e negou que o país esteja facilitando a entrada de aço chinês para posterior reexportação.

Diplomatas brasileiros tentaram, sem sucesso, reverter a decisão por meio de negociações com autoridades e parlamentares norte-americanos. Com a imposição das tarifas, o Brasil avalia possíveis retaliações comerciais, incluindo sobretaxas sobre produtos americanos importados.

Outra estratégia em estudo é a busca por concessões em setores como o etanol e o açúcar, tentando contrapartidas no comércio agrícola entre os dois países.

Perspectivas para o futuro

A decisão dos EUA deve forçar as siderúrgicas brasileiras a diversificarem seus mercados e buscarem novos compradores internacionais. Empresas como a Gerdau, que já direciona menos de 10% de suas exportações para os EUA, devem ser menos impactadas. Ainda assim, o cenário é desafiador para o setor, que enfrenta concorrência global acirrada e oscilações no preço do aço.

O governo Lula segue buscando alternativas para lidar com as tarifas e minimizar os impactos econômicos da medida. No entanto, especialistas apontam que a decisão dos EUA é predominantemente política. E, dessa forma, dificilmente será revertida a curto prazo, especialmente em um contexto de eleições presidenciais norte-americanas.

Paola Rocha Schwartz
Estudante de Jornalismo, apaixonada por redação e escrita! Tenho experiência na área educacional (alfabetização e letramento) e na área comercial/administrativ
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