Valorização da ação

Ex-sócia da XP, Itaú recomenda comprar ações da corretora após acusações

Banco aponta resiliência e mudanças estratégicas como fatores positivos para valorização da ação.

Imagem XP Investimentos - Reprodução XP
Imagem XP Investimentos - Reprodução XP
  • Recomendação de compra: Preço-alvo de US$ 20 implica um upside de 29%
  • Transformação estratégica: XP investe em tecnologia para otimizar relações com clientes e agentes
  • Diversificação de receita: Renda fixa se tornou peça-chave no crescimento da corretora

Dias após enfrentar um ataque coordenado por investidores apostando na queda de suas ações, a XP recebeu uma recomendação otimista do Itaú, que iniciou sua cobertura sobre a empresa com a indicação de compra e um preço-alvo de US$ 20. O valor representa um potencial de valorização de 29% em relação ao fechamento anterior, de US$ 15,46.

O Itaú enxerga sua antiga investida com bons olhos, destacando sua resiliência e ajustes estratégicos no modelo de negócios. Segundo os analistas do banco, liderados por Pedro Leduc, a XP enfrentou desafios decorrentes de sua rápida expansão no varejo, mas está implementando mudanças para fortalecer sua governança e eficiência operacional.

Transformação no modelo de negócios

O sucesso da XP no varejo teve um custo significativo. O Itaú aponta que a vasta rede de agentes autônomos dificultou a manutenção dos padrões de qualidade e o alinhamento de interesses entre as partes. No entanto, a companhia já está reagindo e adotando tecnologia para aprimorar a relação com clientes e agentes.

Essa estratégia pode afetar o retorno sobre ativos (ROA) e a margem operacional no curto prazo, mas tende a gerar benefícios sustentáveis no longo prazo. O banco também ressaltou que a XP reduziu sua dependência do cenário macroeconômico nos últimos anos, mantendo um desempenho sólido mesmo em momentos adversos.

Diversificação e crescimento na renda fixa

Um dos principais fatores para a resiliência da XP foi a diversificação de suas fontes de receita. A corretora fortaleceu segmentos como DCM (Debt Capital Markets), crédito e seguros, reduzindo sua dependência do mercado acionário. Desde 2021, a renda fixa tornou-se a principal alavanca de crescimento da empresa, sendo responsável por 58% do aumento da base de ativos sob custódia.

O Itaú projeta que, até o fim de 2025, a XP apresentará receitas brutas equilibradas entre renda fixa e ações no varejo, ambas na casa dos R$ 4 bilhões. Esse avanço, segundo os analistas, não impede a corretora de capturar ganhos expressivos caso o mercado acionário se recupere.

Impacto do mercado e riscos

A XP ainda mantém forte exposição ao desempenho da B3. De acordo com o relatório do Itaú, a cada variação de 10% no volume médio diário (ADTV) da B3, o resultado da XP sofre um impacto de aproximadamente 5%, quase o dobro da sensibilidade da própria bolsa brasileira.

Os principais riscos citados pelo Itaú incluem:

  • Execução das mudanças estratégicas: A capacidade da XP de implementar as melhorias propostas sem comprometer a qualidade do serviço.
  • Cenário macroeconômico: Uma deterioração adicional poderia afetar o desempenho financeiro da empresa.
  • Aumento de capex: Caso os investimentos em tecnologia e infraestrutura cresçam desproporcionalmente em relação à receita, a lucratividade pode ser comprometida.

O preço-alvo de US$ 20 por ação reflete um P/L estimado de 12x ao final de 2025, ante os atuais 9x, com uma taxa de crescimento projetada de aproximadamente 6,5%.

Apesar do cenário de incertezas, o Itaú aposta na capacidade da XP de superar os desafios e, assim, consolidar sua posição como um player forte no mercado financeiro. Atualmente, a XP possui um valor de mercado de US$ 8,3 bilhões, com suas ações acumulando uma queda de 39% nos últimos 12 meses.

Paola Rocha Schwartz
Estudante de Jornalismo, apaixonada por redação e escrita! Tenho experiência na área educacional (alfabetização e letramento) e na área comercial/administrativ
Sair da versão mobile