
- Partido obtém 152 assentos, dobrando presença no Parlamento
- Crescimento reflete crise econômica e impacto da guerra na Ucrânia
- Maior representação na história do Parlamento alemão, exigindo maior influência na composição do Legislativo
O partido de direita conservadora Alternativa para a Alemanha (AfD) tomou posse nesta terça-feira (26) de sua maior representação na história do Parlamento alemão, exigindo maior influência na composição do Legislativo.
Com um resultado histórico nas eleições federais de 23 de fevereiro, a sigla conquistou 152 assentos dos 630 totais. Assim, dobrando sua presença e tornando-se a segunda maior força política do país.
Desafios e confrontos na primeira sessão
Logo no início da primeira sessão, a AfD contestou a decisão que impediu seu ex-líder Alexander Gauland de abrir os trabalhos parlamentares. O parlamento mudou as regras em 2017 para impedir que um parlamentar da direita conservadora abrisse a sessão inaugural. A honra foi para Gregor Gysi, da esquerda, provocando protestos da AfD.
“Seus truques não impedirão nossa ascensão”, declarou Bernd Baumann, líder parlamentar do partido, reforçando a postura combativa da legenda.
Avanço da direita conservadora em meio à crise
O descontentamento com a economia fraca e os temores gerados pela guerra na Ucrânia impulsionaram o crescimento da AfD. O partido, que surgiu em 2013 com um viés econômico liberal, tornou-se uma das vozes mais nacionalistas da Alemanha.
Assim, defendendo o fim da imigração muçulmana, uma aproximação maior com a Rússia e a dissolução da União Europeia.
Com a Alemanha enfrentando dois anos consecutivos de contração econômica e incertezas quanto à sua estratégia no cenário internacional, a ascensão da AfD também sinaliza uma polarização crescente no país.
A instabilidade também alavancou a esquerda, que alcançou, portanto, um dos melhores resultados eleitorais recentes.
Impactos políticos e futuro do Parlamento
Com a nova configuração do Parlamento, especialistas preveem um aumento das tensões entre os partidos tradicionais e a direita conservadora. A AfD deverá enfrentar resistência para assumir cargos-chave no Legislativo, mas sua maior bancada lhe confere poder de influência inédito.
A ascensão da direita também reacende o debate sobre o futuro da política alemã, especialmente diante da possibilidade de um segundo mandato de Donald Trump nos Estados Unidos e da continuidade dos desafios econômicos no bloco europeu.
Os próximos meses serão decisivos para definir como a nova composição do Parlamento alemão impactará as políticas internas e a postura do país no cenário internacional.