Crimes digitais

Fraudes bancárias batem recorde e mobilizam ação rígida da PF

Crimes digitais alcançam marca histórica de R$ 10,1 bilhões em 2024, levando a Polícia Federal a reforçar estratégias de combate.

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  • Fraudes digitais explodem e somam R$ 10,1 bilhões no Brasil
  • PF redefine estratégias e foca na origem dos crimes
  • Setor bancário e governo unem forças contra o crime organizado

As fraudes bancárias digitais e golpes com cartões atingiram um patamar inédito no Brasil em 2024, totalizando R$ 10,1 bilhões em prejuízos. O dado, divulgado pela Federação Brasileira das Associações de Bancos (Febraban), alerta para a crescente atuação do crime organizado no ambiente digital.

Diante desse cenário, a Polícia Federal alterou sua estratégia de combate. Em vez de apenas investigar ocorrências isoladas, a corporação busca as origens dos golpes para desmantelar as redes criminosas.

O diretor-geral da PF, Andrei Passos Rodrigues, classificou essa nova onda criminosa como um “cangaço digital”, destacando que o fenômeno é irreversível e exige uma abordagem mais eficaz.

“Não adianta ter um volume imenso de operações e investigações se ao fim o resultado é insignificante”, afirmou o diretor-geral da Polícia Federal nesta terça em evento organizado pela Febraban para debater caminhos de prevenção e repressão a fraudes, segurança cibernética e bancária.

Nova estratégia da PF

A PF definiu três frentes principais para enfrentar o problema:

  1. Integração com o setor privado e público – Desde 2017, a PF colabora com a Febraban na troca de informações para facilitar as investigações e aprimorar a prevenção a fraudes.
  2. Descapitalização das organizações criminosas – O objetivo é cortar os recursos financeiros dessas redes para interromper suas operações.
  3. Cooperação internacional – Com o crime digital atravessando fronteiras, parcerias globais tornam-se fundamentais para rastrear e punir os fraudadores.

Durante um evento promovido pela Febraban, Rodrigues enfatizou que apenas realizar um alto volume de operações não é suficiente.

“O foco agora é cortar o problema na raiz, estancando as fontes das fraudes”, afirmou.

Governo e bancos buscam medidas rígidas

O Ministério da Justiça e a Febraban lançaram uma “aliança nacional” para reforçar o combate às fraudes bancárias digitais. O secretário nacional de Segurança Pública, Mario Sarrubbo, defendeu a reestruturação do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) como um passo essencial para desmantelar o crime organizado.

“Nós precisamos que o Coaf seja forte para que, junto com o sistema financeiro, possamos separar o joio do trigo.”

O presidente da Febraban, Isaac Sidney, propôs punições administrativas a pessoas que “alugam” seus CPFs para movimentação de dinheiro ilegal, os chamados “laranjas”. A sugestão inclui o bloqueio dessas contas para transferências, permitindo apenas operações de crédito salarial e saques.

Sidney também cobrou responsabilidade das instituições financeiras que facilitam a abertura de contas para criminosos. Segundo ele, bancos que permitirem a criação de contas destinadas exclusivamente à lavagem de dinheiro devem ser penalizados.

A realidade do crime digital

A expansão das fraudes digitais reflete a sofisticação das organizações criminosas. Com o crescimento do uso de transações online, o crime se adaptou, exigindo reações igualmente inovadoras do setor público e privado. As novas medidas buscam conter essa escalada e garantir mais segurança aos consumidores e ao sistema financeiro.

A expectativa é que, com um combate mais efetivo e rigoroso, o Brasil consiga reduzir significativamente as perdas bilionárias causadas pelas fraudes bancárias digitais nos próximos anos.

Paola Rocha Schwartz
Estudante de Jornalismo, apaixonada por redação e escrita! Tenho experiência na área educacional (alfabetização e letramento) e na área comercial/administrativ
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