Crime com criptomoedas

Fundador da Trade Coin Club é preso nos EUA

Douver Braga, criador do Trade Coin Clube, é acusado de comandar um esquema bilionário de pirâmide usando Bitcoin. Extraditado da Suíça, ele agora enfrenta a justiça americana e é alvo da Polícia Federal brasileira.

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Fundador da Trade Coin Club é preso nos EUA

Uma megaoperação da Polícia Federal e a atenção das autoridades americanas estão voltadas para um nome: Douver Braga. Natural da cidade de Petrópolis, no Rio de Janeiro, ele é o fundador do Trade Coin Clube (TCC), uma empresa que prometia lucros altíssimos investindo na famosa criptomoeda Bitcoin. No entanto, o sonho de riqueza fácil virou um pesadelo para milhares de investidores.

Atualmente, Braga não está aproveitando os luxos que a suposta fortuna poderia proporcionar. Pelo contrário, ele se encontra preso nos Estados Unidos, para onde foi extraditado em fevereiro deste ano, após uma temporada detido na Suíça. A transferência para solo americano marca um capítulo crucial na investigação de um dos maiores golpes financeiros recentes envolvendo criptoativos.

Aqui no Brasil, Braga é a peça central da Operação Fantasos, lançada nesta quarta-feira (30) pela Polícia Federal (PF). O objetivo da operação é claro: desmantelar um esquema de crimes financeiros e lavagem de dinheiro realizado por meio de criptomoedas, com Braga apontado como o principal investigado. A ação da PF busca rastrear o dinheiro e identificar outros possíveis envolvidos no esquema que tinha raízes no Brasil.

Mas é nos Estados Unidos que a acusação ganha contornos ainda mais impressionantes. As autoridades americanas suspeitam que Braga liderou uma fraude colossal de US$ 290 milhões, o que equivale a aproximadamente R$ 1,6 bilhão na cotação atual. Ele já era alvo da Comissão de Valores Mobiliários americana (SEC) por integrar um grupo responsável por um esquema internacional de fraudes. Segundo as investigações, os crimes teriam ocorrido principalmente enquanto ele morou nos EUA, entre 2016 e 2021.

Ao anunciarem a extradição de Braga, as autoridades americanas foram diretas: ele teria comandado um esquema clássico de fraude, conhecido como esquema Ponzi (ou pirâmide financeira), mas com uma roupagem moderna. “Ele atualizou seu esquema Ponzi com a novidade mais quente: bitcoin”, afirmou uma autoridade na época. A tática era engenhosa: Braga criou um “portal online” onde os investidores poderiam, supostamente, acompanhar o rendimento de suas aplicações. O problema? O site era totalmente fictício, mostrando lucros que não existiam para atrair mais vítimas e manter as existentes no esquema.

“As acusações contra o Sr. Braga e seus cúmplices refletem um esquema bem elaborado para solicitar investimentos em uma plataforma falsa de negociação de criptomoedas de vítimas ao redor do mundo”, detalhou um oficial do Departamento de Investigação Criminal dos EUA.

As investigações apontam que, entre 2016 e 2019, Braga desviou fundos dos investidores, transferindo para suas contas pessoais pelo menos US$ 50 milhões em Bitcoin.

O castelo de cartas começou a ruir quando os investidores enfrentaram dificuldades para sacar seus supostos lucros e até mesmo o valor investido inicialmente. Diante da pressão e da impossibilidade de pagar o que era devido, a TCC anunciou o fim de suas operações nos Estados Unidos em janeiro de 2018.

A extradição de Braga foi vista como uma vitória para as vítimas. “Os investidores vítimas esperaram anos para ver justiça”, comentou a procuradora federal Teal Luthy Miller. O Departamento de Justiça americano informou que Braga, com suas “falsas promessas de investimentos sofisticados e altos retornos”, conseguiu convencer dezenas de milhares de pessoas a entregar mais de 82.000 bitcoins para a TCC, valores que somavam os US$ 290 milhões na época dos investimentos.

Nos Estados Unidos, Douver Braga se declarou inocente das acusações. Contudo, se for considerado culpado pela justiça americana, ele pode pegar até 20 anos de prisão.

Fernando Américo
Fernando Américo

Sou amante de tecnologias e entusiasta de criptomoedas. Trabalhei com mineração de Bitcoin e algumas outras altcoins no Paraguai. Atualmente atuo como Desenvolvedor Web CMS com Wordpress e busco me especializar como fullstack com Nodejs e ReactJS, além de seguir estudando e investindo em ativos digitais.

Sou amante de tecnologias e entusiasta de criptomoedas. Trabalhei com mineração de Bitcoin e algumas outras altcoins no Paraguai. Atualmente atuo como Desenvolvedor Web CMS com Wordpress e busco me especializar como fullstack com Nodejs e ReactJS, além de seguir estudando e investindo em ativos digitais.