- Em janeiro, o IPCA registrou apenas 0,16%, a menor taxa para o mês desde o início do Plano Real
- O Bônus Itaipu, com descontos nas contas de energia elétrica, foi fundamental para a queda da inflação no início do ano
- A redução na inflação, impulsionada pela queda dos preços de energia elétrica, pode resultar em uma futura diminuição das taxas de juros no Brasil
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de janeiro de 2025 apresentou uma variação de apenas 0,16%, a menor desde a implementação do Plano Real em 1994.
A divulgação do índice, feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (11), confirma a influência do Bônus Itaipu, que impactou positivamente a inflação no primeiro mês do ano.
O número também sinaliza uma redução no custo de vida dos brasileiros, com reflexos nas tarifas de energia elétrica.
Bônus Itaipu impulsiona a queda do IPCA
O principal responsável pela queda do IPCA foi a redução dos custos de energia elétrica. O grupo Habitação teve o maior recuo, de 0,46%, puxado pela queda de 14,21% no subitem Energia Elétrica Residencial.
Essa queda foi em grande parte influenciada pelo Bônus Itaipu, que resultou na distribuição de um saldo positivo de R$ 1,3 bilhão da Conta de Comercialização de Energia Elétrica da Itaipu.
O bônus foi repassado para consumidores residenciais e rurais que consumiram menos de 350 kWh de energia elétrica em 2023. Com descontos que variaram entre R$ 16,66 e R$ 49, conforme o consumo.
Enio Verri, diretor-geral brasileiro da Itaipu, destacou que a redução no preço da energia elétrica contribui diretamente para a diminuição da inflação. De acordo com Verri, a queda da inflação pode resultar na diminuição da taxa de juros no futuro. No entanto, o que aumentaria o poder de consumo da população, beneficiando diretamente os consumidores.
Queda em outros grupos de consumo
Além de Habitação, outros grupos também apresentaram quedas, como Vestuário e Comunicação, ambos com variação negativa de 0,01%. Esses subitens, no entanto, tiveram menor impacto na composição do índice final.
A queda em Habitação, especialmente devido à redução do custo da energia elétrica, foi responsável pela maior parte da diminuição da inflação de janeiro.
Embora o impacto de outros grupos tenha sido modesto, os números refletem um começo de ano mais tranquilo para os consumidores brasileiros. Assim, com preços mais estáveis, o que contribui para o alívio no orçamento familiar.
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O papel do Bônus Itaipu na economia
O Bônus Itaipu, uma medida adotada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e o Ministério de Minas e Energia (MME), vem da regulamentação do setor elétrico brasileiro que lida com a energia produzida pela usina de Itaipu.
Desde 2018, essa conta tem apresentado saldo positivo, o que tem permitido a distribuição de valores para consumidores residenciais e rurais, como aconteceu em janeiro.
O valor de R$ 1,3 bilhão foi aprovado em novembro de 2024 e, para muitos, representa uma estratégia eficaz de combate à inflação. Contudo, principalmente em um contexto de alta de preços de outros produtos e serviços.
Esse alívio nas contas de energia elétrica traz um reflexo positivo na economia brasileira, pois contribui para o controle da inflação, além de criar um ambiente mais favorável para a redução das taxas de juros no futuro.
Uma taxa de juros mais baixa ajudaria a aumentar o poder de compra da população, gerando um ciclo virtuoso que pode beneficiar toda a economia.
O impacto na inflação e nas projeções futuras
O IPCA de 0,16% em janeiro reflete não apenas o efeito positivo do Bônus Itaipu, mas também os menores custos de energia elétrica que tiveram uma influência significativa no índice.
Isso é especialmente importante em um cenário de recuperação econômica, onde as famílias brasileiras já enfrentam desafios para manter o equilíbrio financeiro.
A redução na energia elétrica poderá continuar sendo um fator importante nos próximos meses, principalmente se o Brasil continuar com medidas de controle sobre a inflação e os custos de vida.
Além disso, o índice de janeiro abre espaço para um panorama mais otimista para a inflação nos próximos meses.
Se a tendência de queda nos preços de energia se mantiver e outros custos, como alimentos e combustíveis, permanecerem controlados, o país poderá ver uma diminuição significativa no IPCA ao longo de 2025, criando um ambiente mais favorável para a população.
