O Ibovespa voltou do feriado de Natal com ganhos moderados nesta quinta-feira (26), registrando uma alta de 0,26%, aos 121.077,50 pontos. A sessão foi marcada por liquidez reduzida, com volume negociado de R$16,184 bilhões, segundo dados da B3 (B3SA3). Em um dia de poucas notícias, o destaque foi a crise em Brasília gerada pela suspensão de pagamentos de emendas parlamentares, que levou o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), a convocar lideranças para discutir o assunto.
O índice de referência do mercado acionário brasileiro chegou a operar em baixa, aos 120.427,86 pontos, na mínima, e atingiu 121.611,92 pontos na máxima. A alta do Ibovespa foi acompanhada por uma ligeira queda do dólar, enquanto os DIs continuaram subindo, refletindo o avanço dos rendimentos dos Treasuries e a persistente desconfiança do mercado na política fiscal do governo Lula.
Nos Estados Unidos, as bolsas fecharam mistas: Dow Jones subiu 0,10%, SP500 caiu 0,02% e Nasdaq avançou 0,01%. No geral, os índices reduziram as perdas vistas na primeira parte do pregão e terminaram o dia próximos da estabilidade, em uma sessão também marcada pela liquidez reduzida.
A injeção de liquidez do Banco Central (BC) segurou o dólar, permitindo ao real um desempenho contrário ao de outras moedas de economias emergentes. Após oscilar pela manhã entre a mínima de R$6,1496 e a máxima de R$6,1979, a divisa americana fechou em R$6,1794, uma desvalorização de 0,09%. No fim da tarde, a moeda para janeiro caía a R$6,1805 (-0,39%).
Operadores também citaram o início das rolagens de contratos cambiais futuros e a entrada de dólares por exportadores como fatores que influenciaram o mercado de câmbio na volta do Natal. Desde o início do mês, a saída de dólares superou a entrada em US$18,427 bilhões, conforme dados do BC registrados até a última sexta-feira (20).
Nesta quinta-feira, a operação extraordinária ficou restrita ao BC, com o Tesouro não realizando operações de recompra de títulos. Em entrevista coletiva sobre o relatório da dívida pública em novembro, o coordenador-geral de Operações da Dívida Pública substituto, Roberto Lobarinhas, afirmou que a atuação do Tesouro na semana passada foi “tão somente” para balizar e devolver funcionalidade ao mercado. “Certamente a atuação do Tesouro não visa frear a alta do dólar, controlar o câmbio ou coisa que o valha, tampouco controlar a curva de juros”, disse Lobarinhas.