- A contribuição do MEI passou de R$ 70 para R$ 75,90, com reajustes dependendo do setor de atuação
- Muitos MEIs enfrentam dificuldades com a gestão financeira e o pagamento das contribuições
- O pagamento em dia do Simples Nacional garante acesso a aposentadoria e outros direitos, além de ser um passo importante para o crescimento do negócio
O aumento no valor do Simples Nacional, que afeta diretamente os microempreendedores individuais (MEIs), trouxe um impacto significativo para os mais de 16 milhões de profissionais que optam por essa modalidade de formalização.
Desde fevereiro de 2025, o valor da contribuição mensal para o INSS, que garante direitos como aposentadoria e auxílio-doença, sofreu um reajuste de 7,5%, decorrente do aumento do salário mínimo.
O reajuste implica em uma elevação de cerca de R$ 5,90 para a maioria dos MEIs. Portanto, o que reflete a crescente pressão sobre esses pequenos empreendedores que já enfrentam desafios diários para equilibrar suas finanças.
Impacto do reajuste
Com o aumento do salário mínimo no começo de 2025, os valores do Simples Nacional também foram ajustados, resultando no seguinte:
- O valor para os MEIs em geral passou de R$ 70 para R$ 75,90 por mês.
- Para aqueles que atuam nos setores de comércio, indústria ou serviços, o valor pode chegar até R$ 81,90.
- No caso dos caminhoneiros, o valor foi ajustado de R$ 169 para R$ 182 mensais.
Esse aumento, embora aparentemente pequeno, representa um desafio para muitos profissionais autônomos, como a cabeleireira Maria Luzinete Oliveira, que trabalha com maquiagem, penteado e corte.
Ela se dedica ao trabalho por conta própria e, como microempreendedora, já enfrenta dificuldades financeiras devido à responsabilidade de gerir todas as suas contas. Além de todo o processo constante de busca por clientes.
Desafios para os MEIs
Maria Luzinete é um exemplo de muitos microempreendedores que, mesmo com o reajuste, continuam a fazer valer os benefícios de ser um MEI. Assim, como o acesso à aposentadoria e outros direitos previdenciários.
No entanto, a manutenção desses benefícios depende do pagamento em dia da contribuição, o que é uma dificuldade comum entre os microempreendedores. Segundo dados do Sebrae, em 2024, quatro em cada dez MEIs estavam em atraso com suas contribuições.
A cabeleireira Alexandra Romana, outra microempreendedora, reconhece que muitas vezes os profissionais acabam deixando de pagar o Simples Nacional, retornando à informalidade. E, assim, perdendo os direitos garantidos por essa formalização.
Ela, por sua vez, se empenhou em manter-se em dia com o pagamento, pois entende a importância dos benefícios. Ainda, como o auxílio-doença, caso haja algum imprevisto.
A falta de pagamento do Simples Nacional também pode gerar perda de tempo de serviço para aposentadoria e dificultar o acesso a outros direitos importantes, como o auxílio-doença.
Décio Lima, presidente do Sebrae, ressalta que é fundamental que os microempreendedores se formalizem e mantenham seus pagamentos em dia, para que possam continuar desfrutando dos benefícios que o MEI oferece.
Crescimento e formalização
Muitos microempreendedores buscam evoluir para se tornar microempresas maiores, como é o caso de Alexandra, que deseja deixar de ser MEI e se tornar uma microempresária de sucesso. Essa transição, no entanto, exige planejamento e o cumprimento das obrigações fiscais.
Além disso, é possível negociar dívidas do Simples Nacional no portal “Regularize” da Procuradoria-Geral da Fazenda, o que facilita o processo de regularização de pendências e permite que o empreendedor se mantenha em conformidade com a legislação.
Para os microempreendedores individuais, como Maria Luzinete e Alexandra, os desafios são muitos, mas as oportunidades de crescimento e acesso a benefícios garantidos pela formalização permanecem presentes.
Manter-se em dia com o Simples Nacional é fundamental para que esses profissionais possam continuar a contar com as garantias de um futuro mais seguro e com a possibilidade de expansão de seus negócios.