
- O IPCA-15 subiu 0,64% em março, abaixo do 1,23% de fevereiro (maior taxa para o mês desde 2016), mas acumula alta de 1,99% no trimestre
- Em um ano, o índice chegou a 5,26%, acima dos 4,96% registrados até fevereiro, indicando persistência da inflação
- O primeiro trimestre de 2025 já registra 1,99% de alta, superando os 1,46% do mesmo período em 2024, reforçando tendência inflacionária
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) registrou alta de 0,64% em março, conforme dados divulgados nesta quinta-feira (27) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apesar do avanço, a inflação desacelerou em relação a fevereiro, quando atingiu 1,23%, a maior variação para o mês desde 2016.
No acumulado do primeiro trimestre de 2025, o IPCA-15 avançou 1,99%, superando o índice de 1,46% registrado no mesmo período do ano passado. Em 12 meses, a inflação chegou a 5,26%, acima dos 4,96% registrados até fevereiro.
O resultado de março também superou o do mesmo mês de 2024, quando a alta foi de 0,36%. No entanto, o índice veio abaixo da expectativa do mercado financeiro, que previa uma variação de 0,70%.
Alimentos e combustíveis seguem como principais pressões
O grupo de Alimentação e bebidas, no entanto, foi o principal responsável pelo avanço da inflação em março, com alta de 1,09% e impacto de 0,24 ponto percentual (p.p.). A alimentação no domicílio subiu 1,25%, acima do 0,63% registrado em fevereiro.
Os maiores aumentos foram verificados no ovo de galinha (19,44%), tomate (12,57%), café moído (8,53%) e frutas (1,96%). Já a alimentação fora do domicílio avançou, portanto, 0,66%, com reajustes nos preços de refeições (0,62%) e lanches (0,68%).
Os transportes também pressionaram o índice, com alta de 0,92% e impacto de 0,19 p.p. no IPCA-15 do mês. O avanço foi impulsionado pelo aumento de 1,88% nos combustíveis. Todos os tipos pesquisados pelo IBGE apresentaram alta: óleo diesel (2,77%), etanol (2,17%), gasolina (1,83%) e gás veicular (0,08%).
Todos os grupos pesquisados registram aumento
Além de Alimentação e bebidas e Transportes, os outros sete grupos pesquisados pelo IBGE também apresentaram alta em março:
- Habitação: 0,37%
- Artigos de residência: 0,03%
- Vestuário: 0,28%
- Saúde e cuidados pessoais: 0,35%
- Despesas pessoais: 0,81%
- Educação: 0,07%
- Comunicação: 0,32%
O grupo de Despesas pessoais teve um destaque expressivo com avanço de 0,81%, impulsionado pelo aumento de 7,42% nos preços de cinema, teatro e concertos. Esse movimento reflete o término da Semana do Cinema, que em fevereiro promoveu descontos aos consumidores.
Perspectivas para a inflação
Apesar da desaceleração em relação a fevereiro, o avanço do IPCA-15 em março demonstra que a inflação segue pressionada por itens essenciais. Assim, como alimentos e combustíveis.
O comportamento dos preços nos próximos meses dependerá da dinâmica do mercado de commodities, da política de preços da Petrobras e do impacto de fatores sazonais sobre a oferta de alimentos.
O Banco Central, contudo, acompanha de perto esses movimentos para ajustar sua política monetária, buscando garantir que a inflação permaneça dentro da meta estabelecida para 2025.
O mercado segue atento às próximas divulgações do IBGE para avaliar tendências e impactos sobre o poder de compra da população e o crescimento econômico do país.