- Shell e Equinor combinarão seus ativos no Mar do Norte, criando a maior produtora independente da região
- A produção combinada deve crescer para 200.000-220.000 boed nos próximos cinco anos, com projetos como Rosebank
- A parceria visa reduzir custos e melhorar a lucratividade, aproveitando a maturidade dos campos do Mar do Norte
- A Equinor manterá seus projetos de energia eólica offshore e hidrogênio, enquanto a Shell controlará projetos de gás e eólica flutuante
A Shell e a norueguesa Equinor firmaram uma parceria estratégica para fundir seus ativos no Mar do Norte britânico, criando a maior empresa de petróleo e gás da bacia, em um movimento que visa prolongar a vida útil dos campos e aumentar a lucratividade no setor.
A joint venture 50-50, que será sediada em Aberdeen, na Escócia, representa uma resposta ao envelhecimento da produção na região, permitindo que as empresas combinem recursos, reduzam custos e melhorem suas posições fiscais.
A união de forças será crucial para garantir um futuro sustentável de longo prazo para os campos e plataformas de petróleo e gás do Mar do Norte, que têm enfrentado desafios operacionais à medida que a produção da bacia diminui.
Com a nova parceria, Shell e Equinor esperam aumentar a produção combinada para 200.000-220.000 barris de óleo equivalente por dia (boed) nos próximos cinco anos, o que representa um aumento em relação aos 140.000 boed previstos para 2025.
O desenvolvimento de projetos de grande escala, como o campo de petróleo Rosebank, deve impulsionar essa produção.
Uma nova abordagem para os campos maduros
A Shell, que começou sua produção no Mar do Norte em 1968, será uma das principais participantes da nova joint venture, trazendo suas operações em campos como Shearwater, Penguins e Jackdaw. A Equinor, por sua vez, estará focada no desenvolvimento de Rosebank, um dos maiores reservatórios de petróleo conhecidos no Reino Unido.
Embora a nova empresa seja a maior produtora independente da bacia, não está prevista uma oferta pública inicial de ações, o que indica que a parceria permanecerá mais focada na exploração e operação do que em uma possível abertura de capital.
Este movimento ocorre em um contexto de diminuição da produção no Mar do Norte. Que, no início deste milênio, alcançou um pico de 4,4 milhões de boed, mas atualmente está em torno de 1,3 milhão de boed.
A saída gradual das empresas do setor, aliada ao aumento dos impostos sobre lucros extraordinários pelo governo britânico, pressionou os produtores a reduzirem seus investimentos e, em alguns casos, a se retirarem da bacia.
A estrutura da joint venture e os ativos envolvidos
A nova empresa incorporará uma série de ativos significativos de ambas as empresas. A Equinor transferirá suas participações nos campos de Mariner, Rosebank e Buzzard. Enquanto, a Shell contribuirá com suas participações em campos como Shearwater, Penguins, Gannet, Nelson e outros. Além disso, a joint venture incluirá uma série de licenças de exploração.
No entanto, alguns ativos importantes permanecerão fora da fusão. A Equinor manterá o controle sobre os campos de Utgard, Barnacle e Statfjord. Além de seu portfólio de energia eólica offshore, incluindo os projetos Sheringham Shoal, Dudgeon, Hywind Scotland e Dogger Bank.
Já a Shell conservará suas participações na planta Fife NGL, no Terminal de Gás St Fergus. E, em projetos de energia eólica flutuante, como MarramWind e CampionWind.
Oportunidades e desafios futuros
Embora a fusão seja uma estratégia para enfrentar os desafios impostos pela maturidade dos campos do Mar do Norte, a parceria também oferece uma oportunidade de reinvestir em novos projetos e aumentar a produção em uma bacia com grande importância estratégica para o Reino Unido.
A criação desta joint venture entre Shell e Equinor sinaliza uma tendência crescente de consolidação e adaptação às mudanças no mercado global de petróleo e gás. Assim, onde a pressão por sustentabilidade e inovação exige novas abordagens operacionais e financeiras.
A expectativa é que a nova empresa ajude a consolidar o futuro do setor de petróleo e gás no Reino Unido. Dessa forma, trazendo mais estabilidade e eficiência para uma indústria que enfrenta um cenário de declínio gradual na produção.
Ao mesmo tempo que busca se alinhar às exigências globais de redução de emissões e maior sustentabilidade nas operações.