
O clima de festa no mercado de criptomoedas após as eleições presidenciais de 2024 nos Estados Unidos parece ter acabado. Analistas do gigante financeiro JPMorgan divulgaram hoje um relatório que lança um balde de água fria nos investidores, destacando um recuo significativo no ecossistema cripto e preocupações crescentes sobre o futuro.
Segundo o JPMorgan, a capitalização total do mercado de criptomoedas (ou seja, o valor somado de todas as moedas digitais) fechou fevereiro em aproximadamente US$ 2,74 trilhões. Esse é o ponto mais baixo desde a eleição presidencial, que aconteceu no início de novembro de 2024.
Moedas Populares Derretem: Perdas de Mais de 20%
A queda do mercado não poupou ninguém. Tokens populares, aqueles que estavam em alta e eram queridinhos dos investidores, recuaram mais de 20%. Alguns ativos digitais sofreram quedas ainda mais acentuadas, entrando em tendência de baixa e acumulando perdas no ano de 2025.
Apesar do cenário negativo nos preços, os volumes de negociação (a quantidade de dinheiro movimentada nas compras e vendas de criptomoedas) mostraram certa resiliência. Alguns tokens e exchanges (as plataformas onde se negociam criptomoedas) até registraram crescimento em fevereiro, em comparação com o mês anterior.
Cenário Regulatório em Evolução, Mas Riscos Macro Ofuscam Avanços
O JPMorgan reconhece que o cenário regulatório e administrativo para as criptomoedas está evoluindo, com sinais de um ambiente mais favorável para o setor nos Estados Unidos. No entanto, o banco alerta que os riscos macroeconômicos (ou seja, as incertezas em relação à economia global) estão ofuscando os avanços em relação à clareza das regras para o mercado cripto.
O relatório do JPMorgan destaca um movimento interessante: enquanto o Bitcoin, a principal criptomoeda, sofreu uma queda de 18% em fevereiro, o ouro, considerado um ativo “seguro” em tempos de incerteza, registrou um aumento de mais de 2% no preço.
Essa diferença de desempenho reforça a percepção de que, em momentos de turbulência, os investidores tendem a buscar refúgio em ativos considerados mais estáveis e menos arriscados, como o ouro.
Para piorar a situação, o relatório do JPMorgan menciona que o maior ataque hacker da história do mercado de criptomoedas ocorreu em fevereiro, o que contribuiu para aumentar as incertezas e a desconfiança em relação ao setor.
O relatório do JPMorgan deixa claro que o mercado de criptomoedas está passando por um momento delicado. As incertezas em relação à economia global, a busca por ativos mais seguros e os desafios regulatórios colocam em xeque o futuro das criptomoedas.