Riscos elevados

JPMorgan rebaixa Magalu e alerta desafios para varejo brasileiro

O banco revisa suas expectativas para o setor, destacando os riscos elevados e o cenário desafiador para o Magazine Luiza.

Magalu Rentabilidade ainda de quarentena
Magalu Rentabilidade ainda de quarentena
  • O JPMorgan rebaixou a recomendação do Magazine Luiza para “underweight” devido a alta alavancagem e queda projetada no lucro
  • O cenário macroeconômico turvo e a competição acirrada limitam o potencial de alta para as empresas de varejo
  • RD Saúde, Natura&Co e Lojas Renner seguem com boas perspectivas, com destaque para a Natura&Co e seus sólidos resultados operacionais

O JPMorgan reavaliou o setor de varejo brasileiro, sinalizando um cenário desafiador para as empresas do segmento, com destaque para Magazine Luiza (MGLU3), que sofreu um rebaixamento em sua recomendação.

O banco rebaixou a ação de “neutro” para “underweight” (exposição abaixo da média do mercado). Assim, refletindo uma análise mais cautelosa sobre os desafios da companhia no cenário atual.

O preço-alvo da ação também foi reduzido de R$ 11,50 para R$ 7,50, o que implica um potencial de valorização de apenas 3% em relação ao preço de fechamento da véspera.

Concorrência no Magalu

O JPMorgan destaca que o Magazine Luiza, em meio a sua alta alavancagem, enfrenta um ambiente de consumo desafiador, especialmente no setor de itens discricionários, como os produtos de maior valor agregado.

A competição com outros gigantes do e-commerce, que se destacam no crescimento, torna-se outro fator que pesa contra a empresa.

Com uma projeção de queda no lucro por ação de 75% para 2025 e 55% para 2026, o banco ajustou suas expectativas para a ação. Os analistas acreditam que as ações do Magalu negociam com prêmio em relação a outros pares do varejo, o que limita seu potencial de valorização.

Diante disso, a recomendação do JPMorgan passou a ser “underweight”, refletindo uma visão mais negativa para o futuro próximo da companhia.

O setor de varejo

Para o setor de varejo brasileiro como um todo, o JPMorgan aponta que, apesar da redução de preços vista ao longo de 2024 e a maioria das empresas sendo negociadas abaixo de múltiplos de 10 vezes o preço sobre lucro (P/L) futuro, as perspectivas de alta permanecem limitadas.

O banco alerta que o cenário macroeconômico ainda é turvo, o que impacta diretamente as revisões de lucro de curto prazo.

Análises de outras empresas

Apesar dos desafios enfrentados por grandes players como o Magazine Luiza, o JPMorgan mantém recomendações mais positivas para algumas empresas do varejo.

A RD Saúde (RADL3), por exemplo, continua com recomendação “overweight”, com uma avaliação favorável devido aos balanços sólidos e uma execução superior aos concorrentes. O banco também destaca o potencial da Smart Fit (SMFT3), considerada uma das boas opções para investidores no longo prazo.

Em relação à Natura&Co (NTCO3), o banco manteve a recomendação “overweight”, embora tenha cortado o preço-alvo de R$ 24,50 para R$ 21. A empresa se destaca por sua sólida performance no curto prazo e a expectativa de que sua separação da Avon seja um grande catalisador de valor.

Além disso, o banco também vê um bom potencial para as Lojas Renner (LREN3), com a recomendação “overweight” e o preço-alvo reduzido para R$ 15.

Vivara e Azzas

O JPMorgan também manteve a recomendação “overweight” para Vivara (VIVA3) e Azzas 2154 (AZZA3), apesar da redução nos preços-alvos de ambas as ações. O preço-alvo da Vivara foi cortado de R$ 33,50 para R$ 27, e o da Azzas, de R$ 64 para R$ 41.

O banco destaca que, apesar dos desafios relacionados a incentivos fiscais, ambos os casos têm balanços sólidos. E podem, portanto, se beneficiar de melhores resultados à medida que superam ruídos de governança.

Paola Rocha Schwartz
Estudante de Jornalismo, apaixonada por redação e escrita! Tenho experiência na área educacional (alfabetização e letramento) e na área comercial/administrativ
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