- Caravanas para recuperar apoio popular: Lula é orientado a retomar as viagens pelo interior do país para reforçar sua base eleitoral no Norte e Nordeste
- Objetivo: informar e reverter insatisfação: O foco é explicar as políticas do governo federal e combater as críticas sobre a inflação
- Apoio de lideranças locais: Lula seria acompanhado por políticos locais, como Davi Alcolumbre, para fortalecer o apoio ao governo e ampliar a base política
Aliados políticos aconselham o presidente Lula a retomar as famosas “caravanas da cidadania”, que marcaram sua trajetória nos anos 90. E, portanto, foram fundamentais para consolidar sua imagem junto ao eleitorado mais pobre do Brasil.
Durante essas viagens, Lula percorreu o interior do país, especialmente as regiões Norte e Nordeste, onde conseguiu angariar apoio significativo, especialmente entre os eleitores de baixa renda, base histórica de seu apoio político.
A queda na popularidade de Lula
Recentemente, pesquisas de opinião, como as realizadas pelo Datafolha e pela Genial Quaest, apontaram uma queda na popularidade do presidente. O resultado gerou preocupação entre dirigentes da esquerda, que defendem a retomada das caravanas como uma estratégia para reconquistar a confiança de um eleitorado que, atualmente, se mostra insatisfeito com o governo federal.
A principal crítica recai sobre a alta da inflação e a percepção de que o governo não tem conseguido avançar de forma eficaz na melhoria das condições econômicas para a população de menor renda.
Reconstruir o vínculo com o eleitorado
O objetivo das viagens seria retomar o contato direto com a população mais carente. E, assim, explicar de “forma mais clara” as políticas públicas implementadas pelo governo. E, dessa forma, combater as críticas em relação ao aumento da inflação.
A ideia central é que Lula utilize a estrutura dessas viagens para reforçar sua imagem como “líder comprometido com as questões sociais”. E, consequentemente, com a luta contra a desigualdade no Brasil.
Em conversas com assessores do governo, Lula teria demonstrado estar disposto a retomar o formato de caravanas. Contudo, focando em regiões onde sua base eleitoral é mais expressiva, como o Norte e o Nordeste.
A presença do presidente nesses locais também visa corrigir a percepção de que o governo federal está distante das reais necessidades da população local.
Acompanhamento de lideranças locais
Uma proposta adicional para essas caravanas é que Lula seja acompanhado de lideranças locais, tanto de esquerda quanto de centro. O objetivo é mostrar uma frente ampla, unindo diferentes correntes políticas em defesa do governo federal.
Lula viajou recentemente a Macapá, acompanhado por Davi Alcolumbre, presidente do Senado e líder do União Brasil no Amapá, reforçando o apoio de políticos do centro.
Essa abordagem busca ampliar, de certa forma, o leque de apoio político. Engajando, assim, lideranças com maior poder de influência nas regiões visitadas.
Superando o “algoritmo do pessimismo”
Para assessores próximos ao presidente, o principal desafio é romper com o que o governo chama de “algoritmo do pessimismo”. Esse termo se refere à tendência de conteúdo oposicionista que, segundo o governo, tem dificultado a percepção da população sobre as melhorias econômicas e a geração de empregos promovidas pela gestão Lula.
O governo acredita que a comunicação negativa tem prejudicado a associação entre o crescimento econômico e a administração do presidente. Dessa forma, dificultando a construção de uma imagem positiva de sua gestão.
A retomada das caravanas poderia, então, ser uma forma de combater essa narrativa e reforçar, junto ao público, que as políticas do governo têm contribuído para a melhoria de condições de vida. Principalmente, nas áreas mais necessitadas do Brasil.