Impacto no câmbio

Mercado reage a pesquisa eleitoral e sinaliza incerteza para 2026

Popularidade de Lula em queda gera impacto na bolsa e no câmbio, mas especialistas alertam para reações prematuras.

Urna eleitoral - Reprodução: Agência Brasil
Urna eleitoral - Reprodução: Agência Brasil
  • Mercado reage à pesquisa eleitoral: Bolsa e câmbio sobem após queda na popularidade de Lula
  • Investidores atentos, mas cautelosos: JPMorgan alerta para risco de reações antecipadas
  • Incerteza política aumenta: Cresce a rejeição ao governo, mas Lula ainda venceria em eventual eleição hoje

Os primeiros sinais de que as eleições presidenciais de 2026 podem influenciar o mercado já começaram a aparecer. Na última sexta-feira (14), o Ibovespa e o real registraram alta após a divulgação de uma pesquisa Datafolha que apontou uma queda na popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Esse movimento reacendeu o debate sobre o impacto do cenário político nos investimentos.

Sentimento dos investidores

A equipe de estratégia do JPMorgan, liderada por Emy Shayo, analisou o impacto do atual cenário político sobre os mercados. Para os especialistas, as eleições são momentos decisivos que moldam o ambiente econômico.

E, a recente pesquisa eleitoral gerou um efeito de “medo de perder oportunidades” (FOMO) entre investidores. Isso tem levado a um aumento do interesse por ativos brasileiros, especialmente diante da queda da aprovação do governo.

Apesar dessa movimentação, o JPMorgan alerta que ainda é cedo para antecipar reações com base nas eleições, pois há um alto custo de oportunidade para os investidores.

O mercado de renda fixa continua oferecendo retornos atraentes, tornando as ações menos atrativas no curto prazo.

Além disso, o Brasil enfrenta uma desaceleração econômica e inflação em alta, fatores que historicamente impactam negativamente o desempenho do mercado acionário.

Efeitos econômicos das eleições

A incerteza política e a adoção de medidas populistas também preocupam os especialistas. A análise do JPMorgan sugere que políticas econômicas focadas no curto prazo podem comprometer a estabilidade do país, prejudicando o crescimento.

No entanto, um cenário econômico adverso pode aumentar as chances de mudança de governo, algo que os investidores monitoram de perto.

Historicamente, os mercados financeiros apresentam desvalorização nos seis meses que antecedem uma eleição presidencial, seguida de uma recuperação no mês da votação.

A única exceção nos últimos anos foi o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff em 2016, quando o mercado reagiu positivamente antes, durante e após o processo de destituição.

Rejeição crescente de Lula

Os dados recentes indicam que a rejeição ao governo Lula está aumentando. De acordo com o levantamento do Datafolha, o percentual de desaprovação do presidente superou o de aprovação.

Mesmo assim, uma pesquisa da Quaest revela que, caso as eleições fossem hoje, Lula ainda venceria qualquer candidato.

No entanto, o cenário político continua indefinido, e um número crescente de eleitores manifesta a opinião de que Lula não deveria tentar a reeleição.

Esse panorama mantém a incerteza sobre o futuro político e econômico do Brasil, fazendo com que investidores fiquem atentos aos próximos desdobramentos.

Rocha Schwartz
Paola Rocha Schwartz
Estudante de Jornalismo, apaixonada por redação e escrita! Tenho experiência na área educacional (alfabetização e letramento) e na área comercial/administrativ