- A MRV&Co teve um desempenho positivo no quarto trimestre de 2024, com forte aumento nos lançamentos e vendas, o que fez suas ações subirem 5,01%
- A empresa registrou geração de caixa positiva e superou as projeções, alcançando R$ 10 bilhões em vendas e mantendo margens sólidas, apesar da aceleração do INCC
- Apesar de bons resultados, analistas destacam a preocupação com a alta dívida da MRV e o impacto das taxas de juros, que podem afetar os resultados futuros da empresa
A MRV&Co (MRVE3) divulgou na noite da última segunda-feira (13), sua prévia operacional referente ao quarto trimestre de 2024. O relatório foi amplamente positivo, destacando-se pelos números de lançamentos e vendas que superaram as expectativas do mercado.
Em resposta, as ações da companhia apresentaram uma forte alta, de 5,01%, às 10h20 (horário de Brasília) desta terça-feira (14), sendo negociadas a R$ 5,45.
De acordo com o Itaú BBA, a empresa conseguiu manter margens sólidas em seus novos negócios. Mesmo, apesar do aumento da inflação no setor da construção civil. Assim, representado pela aceleração do Índice Nacional de Custo da Construção (INCC).
Além disso, o Itaú destaca que a MRV obteve um fluxo de caixa positivo na Resia (sua operação no mercado americano), impulsionado pelas vendas de ativos realizadas no final de 2024.
Isso resultou, no entanto, em um desempenho mais forte que o esperado para a empresa, especialmente no que tange à geração de caixa, que superou as expectativas de analistas.
Avaliações
O Bradesco BBI também avaliou os números como positivos, destacando a robustez da geração de caixa da MRV nas operações de desenvolvimento no Brasil.
A empresa atingiu R$ 422 milhões em caixa no final de 2024, superando em R$ 22 milhões a orientação dada pela companhia. Contudo, impulsionada por R$ 2,2 bilhões de recebíveis de vendas durante o ano.
Além disso, o banco ressaltou que os lançamentos e vendas da MRV no 4º trimestre foram expressivos, com a empresa alcançando a marca de R$ 10 bilhões no ano.
Mesmo com um cenário de inflação mais alta, a MRV manteve sua margem bruta estável. No entanto, o que mostra a resiliência da companhia diante de desafios econômicos.
O Bradesco BBI também ressaltou que a MRV continua apresentando uma tendência positiva em sua frente operacional e que espera ver uma geração de caixa operacional positiva nos resultados do 4º trimestre. Assim, mesmo excluindo a venda de recebíveis. Isso indicaria a continuidade da boa performance da companhia.
Desempenho
Entretanto, o BBI alertou que, embora a avaliação da empresa em termos de Preço/Valor Patrimonial (P/VPA) pareça atraente, o desempenho superior da MRV dependerá de eventos que possam simplificar a complexidade da tese de investimento.
O banco citou a cisão da Resia e uma melhoria adicional na geração de caixa como possíveis catalisadores para um desempenho ainda melhor.
Por outro lado, o BTG Pactual observou que, apesar dos bons resultados operacionais da MRV, o fluxo de caixa foi um pouco abaixo do esperado.
A empresa cumpriu sua orientação para o ano de 2024, mas as vendas de recebíveis foram muito mais altas do que o inicialmente previsto. No entanto, o que acabou impactando a geração de caixa operacional de forma negativa.
Apesar disso, o BTG elogiou as iniciativas da MRV para reduzir o tamanho de suas operações nos Estados Unidos (Resia) e para desalavancar sua estrutura de capital.
Porém, o banco alertou que o cenário macroeconômico se deteriorou recentemente, e a alta das taxas de juros pode prejudicar os resultados da empresa no futuro.
O Goldman Sachs, por sua vez, avaliou o trimestre da MRV como o melhor dos últimos tempos, embora tenha destacado que o alto nível de endividamento da companhia ainda seja uma preocupação.
O banco projeta uma reação neutra a positiva das ações no curto prazo, considerando que a empresa conseguiu entregar bons resultados operacionais. Mas, ainda enfrenta desafios relacionados à sua dívida.
Em suma, o desempenho operacional da MRV no quarto trimestre de 2024 foi considerado positivo pela maioria dos analistas, impulsionando suas ações no mercado. No entanto, a empresa ainda lida com desafios relacionados à sua estrutura de capital. E, ainda, ao cenário macroeconômico, que podem impactar sua performance no futuro.