
- A previsão de vendas do Nintendo Switch 2 caiu de 17 para 15 milhões de unidades em 2025, segundo a DFC Intelligence.
- A Nintendo suspendeu temporariamente as pré-vendas do console nos Estados Unidos para reavaliar preços e logística.
- A nova tarifa de 46% imposta pelos EUA sobre produtos do Vietnã reacende preocupações sobre a estabilidade da cadeia de produção global.
As tarifas comerciais impostas recentemente pelos Estados Unidos a produtos importados do Vietnã podem afetar diretamente o desempenho de mercado do Nintendo Switch 2.
Segundo a consultoria DFC Intelligence, a expectativa de vendas do console caiu de 17 para 15 milhões de unidades em 2025. A medida forçou a Nintendo a suspender temporariamente as pré-vendas no país e a considerar ajustes logísticos para contornar os novos custos.
Projeção de vendas cai com aumento de tarifas
A Nintendo, que vinha trabalhando para lançar o Switch 2 com grande expectativa global, agora enfrenta uma mudança de cenário. Após a imposição de uma tarifa de 46% sobre produtos vietnamitas pelo governo dos Estados Unidos, a consultoria DFC Intelligence revisou suas estimativas de vendas do console.
Anteriormente, a empresa projetava a venda de 17 milhões de unidades até o fim de 2025. Com o novo contexto tributário, o número caiu para 15 milhões.
A mudança reflete não apenas os desafios logísticos impostos pela medida, mas também o impacto direto sobre a demanda, já que parte do custo tende a ser repassada ao consumidor.
Nintendo suspende pré-venda nos EUA
Como consequência direta das novas tarifas, a Nintendo decidiu suspender as pré-vendas do Switch 2 nos Estados Unidos. A empresa alegou que precisa de tempo para reavaliar sua estratégia de preços e cadeias de fornecimento.
Anteriormente, a previsão era de abertura das reservas em 9 de abril, com lançamento oficial em 5 de junho.
Sendo assim, o console, que seria comercializado por US$ 450, pode sofrer ajustes de preço caso a companhia opte por repassar parte dos custos adicionais ao consumidor final.
Desse modo, fontes do setor apontam para uma realocação imediata da produção para outro país seria complexa e demorada, tornando o aumento de preços uma saída provável no curto prazo.
Cadeia de produção volta a ser alvo de instabilidade
Nos últimos anos, a Nintendo já havia migrado parte da sua produção da China para o Vietnã justamente para escapar das tarifas impostas durante a primeira gestão de Trump.
A nova rodada de tarifas, porém, reabre o dilema logístico e coloca pressão sobre toda a cadeia global de suprimentos da empresa japonesa.
Portanto, a Nintendo agora avalia alternativas como diversificar seus polos de montagem, buscar incentivos fiscais em novos mercados e até absorver parte do prejuízo temporariamente.
Ainda assim, o cenário não oferece respostas fáceis, especialmente em meio à expectativa de alta demanda por parte dos consumidores.
Impacto no mercado e nos consumidores
Para os consumidores norte-americanos, o impacto pode ser sentido no bolso. Caso o preço do Switch 2 aumente, o produto pode perder competitividade frente a outros consoles.
Além disso, um eventual atraso no lançamento ou limitação de estoque pode gerar frustração e perda de mercado em um dos principais países consumidores de games.
Além do mais, o adiamento das pré-vendas já acendeu o sinal de alerta entre investidores. As ações da Nintendo, listadas na bolsa de Tóquio, recuaram 2,3% após o anúncio da suspensão.
Desse modo, o mercado teme que o cenário tributário desfavorável nos EUA comprometa as metas globais da companhia para o novo produto.
Guerra comercial pressiona setor tecnológico
As tarifas fazem parte da nova etapa da guerra comercial dos EUA, agora voltada para países do sudeste asiático. O governo Trump defende a medida como forma de incentivar a produção doméstica e reduzir a dependência de cadeias externas.
No entanto, especialistas alertam que as consequências podem ser negativas para empresas globais e consumidores.
Além da Nintendo, outras fabricantes de eletrônicos, como Dell e HP, também avaliam os efeitos da medida em seus custos operacionais. O setor de tecnologia se vê novamente obrigado a recalibrar estratégias em meio a incertezas tarifárias.