Nubank, após uma década, deixa prejuízos para trás e se destaca na safra de balanços do 3T23, rivalizando com bancos tradicionais.
O cenário bancário brasileiro está presenciando uma mudança significativa. O Nubank, conhecido por seu cartão de crédito roxo e por desafiar os grandes bancos com sua proposta inovadora, agora é reconhecido como um dos principais bancos do país. Em apenas dez anos desde sua criação, o banco digital conseguiu se estabelecer firmemente no mercado financeiro.
De acordo com analistas, o Nubank é agora classificado ao lado de gigantes como Itaú Unibanco, Banco do Brasil, Bradesco e Santander Brasil. A expectativa é que o Nubank seja o grande destaque na safra de balanços do terceiro trimestre de 2023, superando muitos de seus concorrentes tradicionais.
Banco digital supera expectativas e entra no seleto grupo dos grandes bancos brasileiros
O Nubank, que começou como uma fintech desafiadora oferecendo um cartão de crédito sem tarifas, agora é lucrativo e está prestes a roubar os holofotes na safra de balanços do setor financeiro do terceiro trimestre deste ano.
Enquanto os bancos tradicionais, como Itaú e Banco do Brasil, devem continuar com sua tendência positiva, Bradesco e Santander podem ainda sentir os efeitos da alta inadimplência e das taxas de juros.
A inadimplência é um tema que deve ser abordado nos balanços deste trimestre. Após um aumento nos últimos resultados, espera-se alguma estabilização nos índices de inadimplência, especialmente para empréstimos pessoais. No entanto, os bancos podem continuar a enfrentar atrasos nos empréstimos concedidos a pequenas e médias empresas, bem como a grandes clientes corporativos.
O Nubank, por outro lado, após quase uma década operando no vermelho, deve confirmar sua entrada no “clube do bilhão” de reais em lucros no terceiro trimestre. Comparado ao resultado do mesmo período do ano anterior, este é um avanço significativo para o banco digital.
A ação do Nubank acumulou uma alta de quase 80% em dólar no ano, e os analistas estão de olho na evolução de sua inadimplência. Até agora, os temores de uma explosão de inadimplência não se confirmaram, mas qualquer surpresa negativa pode afetar a percepção do mercado sobre o banco.
Estimativas de balanços
Santander Brasil (SANB11)
- Data de divulgação: 25 de outubro (antes da abertura dos mercados)
- Lucro líquido estimado: R$ 2,683 bilhões (↓14%)
Itaú Unibanco (ITUB4)
- Data de divulgação: 6 de novembro (após o fechamento dos mercados)
- Lucro líquido estimado: R$ 8,939 bilhões (↑11%)
Banco do Brasil (BBAS3)
- Data de divulgação: 8 de novembro (após o fechamento dos mercados)
- Lucro líquido estimado: R$ 9,010 bilhões (↑8%)
Bradesco (BBDC4)
- Data de divulgação: 9 de novembro (após o fechamento dos mercados)
- Lucro líquido estimado: R$ 4,554 bilhões (↓13%)
Nubank (ROXO34)
- Data de divulgação: 14 de novembro (após o fechamento dos mercados)
- Lucro líquido estimado: R$ 1,3 bilhão
Após quase dez anos enfrentando prejuízos, o Nubank não apenas superou essa fase, mas também está prestes a entrar no seleto “clube do bilhão” em lucros no terceiro trimestre. Esse é um progresso significativo para o banco digital, especialmente quando comparado ao lucro de US$ 8 milhões (cerca de R$ 40 bilhões) do mesmo trimestre do ano anterior.
Mesmo que seus lucros ainda estejam abaixo de seus principais rivais, em termos de rentabilidade, o Nubank deve ultrapassar Bradesco e Santander. Por exemplo, as projeções do Itaú BBA indicam um ROE de 20,4% para a fintech.
Ainda que haja um otimismo em relação aos resultados, os especialistas estão atentos à taxa de inadimplência do Nubank. As preocupações anteriores sobre um possível aumento significativo de clientes inadimplentes não se materializaram. No entanto, qualquer reviravolta inesperada pode desestabilizar a confiança do mercado no Nubank, cujas ações já valorizaram quase 80% em dólar este ano.