
- XP nega irregularidades e promete ações legais contra a Grizzly Research
- Pedido da XP para restringir divulgação de relatórios foi negado pela CVM em 2021
- Auditoria da KPMG levantou dúvidas sobre a transparência do fundo Gladius
A XP Inc. (XP; XPBR31) negou veementemente as acusações feitas pela Grizzly Research, que apontam supostas irregularidades em seus fundos de investimento Gladius e Coliseu.
Em um relatório divulgado nesta quarta-feira (12), a Grizzly sugeriu que esses fundos estariam envolvidos em um “esquema de pirâmide”, mas a XP rechaçou todas as alegações e reforçou seu compromisso com ética e transparência no mercado financeiro.
A empresa assegurou que segue rigorosamente todas as normas dos órgãos reguladores, como a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Securities and Exchange Commission (SEC) dos Estados Unidos e o Banco Central. Além disso, destacou que suas operações passam por auditorias regulares conduzidas por instituições independentes.
Diante das acusações, a XP anunciou que tomará todas as medidas legais cabíveis contra a Grizzly Research para proteger sua reputação e credibilidade junto a clientes, parceiros e acionistas.
Pedido negado pela CVM em 2021
Em 2021, a XP solicitou à CVM a dispensa de requisitos de divulgação de relatórios diários e mensais para os fundos Gladius e Coliseu. A empresa justificou que essa divulgação permitiria aos investidores estimar, com alta precisão, parte relevante dos resultados financeiros da XP Inc. antes de sua divulgação oficial.
Dessa forma, o que poderia gerar inconsistências com a regulação norte-americana. No entanto, a CVM negou o pedido em março daquele ano.
A Grizzly Research classificou essa solicitação como “incomum” e argumentou que a XP buscava reduzir a transparência sobre os fundos para evitar questionamentos críticos. No entanto, a CVM destacou que a empresa optou voluntariamente por operar sob mais de um regime regulatório. E, assim, que a solicitação não apresentava incompatibilidades concretas entre as regulações do Brasil e dos EUA.
Auditoria levanta questões sobre transparência
Outro ponto levantado pela Grizzly Research foi a auditoria conduzida pela KPMG sobre o fundo Gladius. Segundo o relatório, a KPMG emitiu apenas uma opinião qualificada para os anos de 2018 e 2019. E, no entanto, se absteve de emitir uma avaliação para 2016, alegando falta de transparência.
A Grizzly também observou que a XP raramente menciona os fundos Gladius e Coliseu em seus comunicados e teleconferências de resultados. Contudo, o que, na visão da casa de análise, reforça as dúvidas sobre a real importância desses veículos de investimento dentro da estrutura financeira da empresa.