A Raízen (RAIZ4) anunciou nesta semana a venda de até 31 projetos de usinas de geração solar distribuída (UFVs) para a Brasol Sistemas de Energia Solar por R$ 475 milhões, um movimento que, segundo analistas do BTG Pactual, está alinhado com a estratégia da companhia para a redução de sua alavancagem. Apesar disso, o banco destaca que a transação é insuficiente para resolver integralmente os desafios financeiros da empresa, que continua com uma dívida líquida ajustada superior a R$ 42 bilhões.
A venda das usinas solares é um passo importante no processo de desalavancagem da Raízen, mas, segundo os analistas do BTG, a redução de sua alavancagem exige ações mais robustas. Pedro Soares e sua equipe projetam que a transação com a Brasol deverá gerar aproximadamente R$ 795 milhões ao longo de dois anos fiscais, o que corresponde a cerca de 2% da dívida líquida da companhia.
Além disso, a Raízen anunciou um acordo para reduzir gradualmente sua participação na Raízen Paraguai, antes conhecida como Barcos y Rodados, de 50% para 27,4% até novembro de 2026. O movimento deve resultar em uma redução nos desembolsos de caixa em US$ 54 milhões (aproximadamente R$ 320 milhões), conforme informou a empresa.
Expectativa de mais vendas de ativos
O BTG Pactual acredita que a venda de ativos não se limita às transações já anunciadas. O banco enfatiza que desde a chegada de Nelson Gomes como CEO da Raízen, em outubro, a empresa tem sido alvo de especulações sobre novas vendas, incluindo ativos no setor de geração de energia e até mesmo a possível venda de sua participação na joint venture com a Femsa, a Oxxo.
“Embora essas transações representem um avanço, elas não são suficientes para resolver as questões de alavancagem da Raízen. Com um total de aproximadamente R$ 795 milhões a serem gerados, a companhia ainda enfrenta desafios para reduzir significativamente sua dívida de R$ 42 bilhões”, afirmam os analistas do BTG.
Perspectivas para as ações da Raízen
O BTG mantém a recomendação de compra para as ações da Raízen (RAIZ4), com um preço-alvo que indica um potencial de valorização de 221%. O banco acredita que, se mais vendas de ativos forem realizadas, como é esperado, as ações da empresa poderão ter um desempenho positivo no futuro próximo.
“Se a Raízen seguir com a venda de mais ativos, as ações provavelmente se beneficiarão de maneira substancial”, concluem os analistas.