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Selic vai continuar caindo? Confira a opinião dos analistas após decisão do COPOM

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O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou uma nova redução na taxa Selic, cortando 0,50 ponto percentual. Com essa decisão unânime, a Selic agora está em 12,75% ao ano. Essa medida tem como objetivo estimular a atividade econômica no Brasil e combater os efeitos da recessão.

A redução da Selic é uma estratégia para tornar o crédito mais acessível e incentivar o consumo e os investimentos. Isso pode beneficiar tanto empresas quanto consumidores, que terão acesso a empréstimos com taxas de juros mais baixas, estimulando o consumo e o investimento.

No entanto, é importante destacar que a redução da Selic também pode ter impactos negativos, como a desvalorização da moeda brasileira e a fuga de investidores estrangeiros, o que pode pressionar a inflação.

Fed mantém taxas de juros, mas sinaliza possível aumento

Por outro lado, o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) do Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos, optou por manter as taxas de juros no intervalo entre 5,25% e 5,50%. No entanto, o que chamou a atenção foi a sinalização de que poderá haver mais um aumento das taxas ainda este ano.

Essa sinalização do Fed indica que a autoridade monetária dos Estados Unidos está preocupada com a inflação e disposta a adotar medidas para controlá-la. O aumento das taxas de juros nos EUA pode ter impactos significativos na economia global, incluindo o Brasil.

As reações dos Bancos e analistas

Com a divulgação da ata prévia do COPOM e antes da divulgação da ata oficial com as principais projeções das próximas reuniões do comitê, bancos e a analsitas divulgaram suas análises para o parecer oficial da decisão de redução nos juros.

O Banco Bradesco manteve sua projeção de que a Selic finalizará 2023 em 11,75% ao ano e em 9,25% em 2024. Eles destacaram que o comunicado do Copom reforçou que qualquer mudança no ritmo de cortes dependeria de alterações substanciais no cenário econômico. Para o Bradesco, o ritmo atual de redução da taxa Selic está alinhado com uma política monetária restritiva, que ainda é necessária para o processo de desinflação e convergência das expectativas para a meta. Eles também acreditam que os dados correntes de inflação oferecem conforto para que o Banco Central continue com os cortes planejados.

Por outro lado, o Banco Inter, representado por Rafaela Vitória, destacou que a magnitude total do corte na Selic ainda está indefinida e dependerá da evolução da inflação. Eles mencionaram que o cenário externo, que indica taxas de juros mais altas em 2024, pode limitar o tamanho do corte total. O Banco Inter projeta uma taxa Selic de 9% no segundo semestre de 2024 e enfatiza a importância da meta de inflação na ancoragem das expectativas.

O Itaú, por sua vez, observou que o comunicado do Copom não indicou uma intenção de acelerar o ritmo de flexibilização da política monetária. Eles destacaram o trecho sobre a política fiscal, que deve ajudar o governo a enfatizar a importância da responsabilidade fiscal. O Itaú continua projetando uma taxa Selic de 11,50% no final do ano e de 9,0% no fim do ciclo, indicando a expectativa de um corte de 0,75 ponto percentual em algum momento deste ano.

O Bank of America, por meio de David Beker, destacou que o Copom adotou uma postura “hawkish” ao alertar sobre o risco de mudança na meta fiscal. Eles argumentam que uma mudança na meta pode levar a revisões para cima nas expectativas de inflação de longo prazo, o que pode impedir o Banco Central de continuar o ciclo de afrouxamento da política monetária. Além disso, o Bank of America ressaltou que cortes maiores na Selic devem ser contidos devido à aceleração das projeções de inflação para 2023 desde a última reunião.

O Goldman Sachs projetou que o Copom cortará a Selic em 50 pontos base em novembro e dezembro, mas alertou sobre o risco de um corte de 75 pontos base em dezembro. Essa projeção reflete a incerteza em relação ao cenário econômico e à política monetária futura.

O Citi, por sua vez, interpretou o comunicado do Copom como indicativo de que não haverá aceleração nos cortes da Selic. Eles destacaram que a decisão está em linha com sua própria projeção de uma taxa Selic de 11,75% no final do ano. O Citi espera que o Copom explique na ata a possível ligação entre a revisão das projeções de inflação e um PIB mais forte no segundo trimestre.

A XP, representada por Rodolfo Margato, observou que o comunicado do Copom apresentou elementos tanto “dovish” quanto “hawkish”. Eles ressaltaram que a piora nas expectativas foi mais suave do que o esperado e que, no saldo, o mercado pode interpretar o comunicado como neutro ou talvez “hawkish”.

O Barclays, por meio de Roberto Secemski, destacou a preocupação do Copom com a meta fiscal como um ponto “hawkish” do comunicado. Eles argumentam que uma mudança na meta fiscal poderia prejudicar a credibilidade da âncora fiscal, possivelmente limitando o espaço para a flexibilização monetária.

As expectativas para a Inflação

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu manter praticamente inalterado o seu balanço de riscos para a inflação, conforme destaque do Valor. Essa decisão reflete a análise minuciosa dos fatores que podem influenciar a trajetória dos preços no Brasil.

Riscos Altistas para a Inflação

Entre os riscos altistas destacados pelo Copom, dois merecem atenção especial. O primeiro é a “maior persistência das pressões inflacionárias globais.” Isso significa que a inflação em âmbito mundial pode continuar a pressionar os preços internos, o que é especialmente relevante em um contexto de globalização econômica, onde os preços de commodities e produtos importados têm influência direta sobre a inflação doméstica.

O segundo risco altista mencionado é “uma maior resiliência na inflação de serviços do que a projetada em função de um hiato do produto mais apertado.” Isso sugere que, mesmo com a economia operando em um nível de produção mais elevado, a inflação de serviços pode permanecer resistente, o que torna mais desafiador controlar a inflação por meio da política monetária convencional.

Riscos de Baixa para a Inflação

Do lado dos riscos de baixa, o Copom inclui uma possível “desaceleração da atividade econômica global mais acentuada do que a projetada.” Esta é uma preocupação relevante, pois uma desaceleração econômica mundial pode resultar em menor demanda por produtos brasileiros e, consequentemente, em uma menor pressão sobre os preços internos.

Outro risco de baixa destacado pelo Copom é que “os impactos do aperto monetário sincronizado sobre a desinflação global se mostrarem mais fortes do que o esperado.” Em outras palavras, se as ações de aperto monetário em nível internacional forem mais eficazes do que o previsto na contenção da inflação, isso poderá contribuir para manter a inflação sob controle no Brasil.

Implicações para a Política Monetária e Econômica

A manutenção do balanço de riscos praticamente inalterado pelo Copom reflete a cautela do Banco Central em relação à condução da política monetária. Em um ambiente de incertezas e riscos, o Copom busca manter a inflação dentro da meta estabelecida pelo governo, que é de 3,75% para 2023.

Os riscos mencionados pelo Copom destacam a importância de uma abordagem equilibrada na condução da política econômica. Por um lado, é necessário adotar medidas que evitem pressões inflacionárias excessivas, como o possível aumento da taxa de juros básica, a Selic. Por outro lado, é fundamental não prejudicar a recuperação econômica e o crescimento ao adotar políticas excessivamente restritivas.

Além disso, a atenção às condições econômicas globais também é crucial, uma vez que o Brasil está inserido em um contexto internacional interconectado. A evolução da economia global pode ter impacto direto nas exportações, no fluxo de capitais e, consequentemente, na inflação e na política monetária doméstica.

Projeções de Inflação para 2023

No cenário de referência, que considera variáveis como câmbio e juros, o Banco Central elevou a projeção do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para 2023 de 4,9% para 5,0%. Isso significa que a expectativa é de que os preços continuem subindo ao longo do próximo ano, ainda que de forma moderada. Essa alta na projeção pode ser atribuída a diversos fatores, como o aumento nos preços de alimentos e combustíveis, que têm impacto direto sobre o IPCA.

Projeções de Inflação para 2024 e 2025

Além das projeções para 2023, o Banco Central também revisou as expectativas para os anos seguintes. Para 2024, a projeção de inflação passou de 3,4% para 3,5%, indicando que a autoridade monetária espera uma manutenção da inflação em patamares controlados. Já para 2025, a projeção subiu de 3,0% para 3,1%. Essas revisões indicam que o Banco Central está atento à evolução dos preços e busca manter a inflação dentro da meta estabelecida pelo governo.

Além das projeções de inflação, o Copom também atualizou as estimativas para os preços administrados. Em 2023, a estimativa passou de 9,4% para 10,5%. Os preços administrados são aqueles controlados pelo governo, como tarifas de energia elétrica e preços de combustíveis. Essa revisão para cima indica que esses itens devem pressionar ainda mais a inflação no próximo ano.

No entanto, é importante destacar que o Banco Central considera alguns fatores que podem influenciar as projeções. Por exemplo, a instituição prevê que o preço do petróleo siga a curva futura nos próximos seis meses e aumente 2% ao ano na sequência. Além disso, a hipótese de bandeira tarifária “verde” de energia elétrica em dezembro de 2023, 2024 e 2025 também foi adotada.

Implicações Econômicas

A elevação nas projeções de inflação traz implicações econômicas significativas. Primeiramente, uma inflação mais alta reduz o poder de compra da população, uma vez que os preços dos produtos e serviços aumentam. Isso pode afetar o consumo das famílias e impactar negativamente o crescimento econômico.

Para combater a inflação, o Banco Central pode optar por elevar a taxa de juros básica, a Selic. O aumento da Selic tem o objetivo de reduzir o consumo e os gastos das empresas, o que, por sua vez, pode conter a alta dos preços. No entanto, essa medida também pode desacelerar a atividade econômica e aumentar o custo do crédito para empresas e consumidores.

Além disso, a inflação em alta pode afetar negativamente os investimentos, uma vez que os empresários tendem a adiar projetos devido à incerteza sobre os preços futuros. Isso pode prejudicar a recuperação econômica e a geração de empregos.

Perspectivas Futuras

Diante das revisões nas projeções de inflação, é fundamental que o Banco Central continue monitorando de perto a evolução dos preços e tome as medidas necessárias para manter a inflação sob controle. A política monetária desempenha um papel crucial nesse processo, e a decisão de elevar ou manter a taxa de juros será uma das principais ferramentas à disposição do Copom.

Além disso, é importante que o governo adote políticas fiscais responsáveis, buscando equilibrar as contas públicas e evitar pressões inflacionárias de origem fiscal. O controle da inflação é fundamental para garantir a estabilidade econômica e o bem-estar da população.

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