- Regulador interrompe operações de navios-sonda offshore
- Atrasos podem prejudicar expansão da produção brasileira
- Setor teme impacto nas projeções globais de oferta de petróleo
A Agência Nacional do Petróleo (ANP) determinou a suspensão das operações de navios-sonda offshore da Petrobras e da estatal norueguesa Equinor. Dessa forma, comprometendo projetos estratégicos de exploração e produção no Brasil.
A decisão ocorre em um momento crucial para o crescimento da produção de petróleo bruto do país.
Paralisações impactam o setor
Nos últimos meses, três navios de perfuração tiveram suas operações interrompidas, segundo fontes consultadas pela Bloomberg. Embora algumas suspensões tenham sido justificadas, como a falha em uma bomba no navio Valaris, contratado pela Equinor, que resultou em uma explosão em 14 de fevereiro, outras interrupções foram consideradas desproporcionais por executivos da indústria.
Os atrasos afetam diretamente a exploração de campos inexplorados e a perfuração de poços auxiliares em descobertas antigas.
Em 20 de fevereiro, duas plataformas da Petrobras foram temporariamente suspensas, levando à criação de um grupo de trabalho para revisar questões regulatórias, conforme comunicado da estatal.
Produção brasileira em risco
A ANP não comentou sobre as paralisações, mas a decisão contribui para um cenário de incerteza. Paradas não planejadas e atrasos no licenciamento prejudicaram a indústria petrolífera em 2024.
Consultorias como Rystad Energy e Wood Mackenzie previam um crescimento de 200.000 barris por dia no ano passado, mas o Brasil, maior produtor de petróleo bruto da América Latina, registrou queda na produção.
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Essa redução contrasta com o desempenho dos anos anteriores, quando o Brasil emergia como um dos principais produtores fora da Opep. Caso a produção estagne em 2025, a aliança Opep+ poderá aumentar suas exportações sem risco de excesso de oferta, o que poderia impactar os preços do petróleo no mercado global.
Navios afetados pela decisão
Um dos navios-sonda paralisados é o NS Carolina, da frota de quatro navios da Ventura Offshore Holding Ltd. A empresa não se manifestou sobre o tema. Além disso, a ANP suspendeu o trabalho do Valaris DS-17 no campo Bacalhau da Equinor até que a operadora comprove segurança operacional.
O relatório de incidente de 17 de fevereiro revelou que uma tampa de 175 quilos explodiu de uma bomba durante operações de perfuração.
Em comunicado, a Equinor assegurou que não houve danos ou vazamentos e que o incidente não terá impacto significativo nas operações. A companhia afirmou que investigará as causas da falha antes de retomar as atividades.
A expectativa da Equinor é iniciar a produção em Bacalhau ainda em 2024, com um aumento progressivo até atingir 220.000 barris diários na primeira fase do projeto.
O Brasil é reconhecido por seus reguladores independentes e rigorosos padrões ambientais e de segurança, frequentemente mais exigentes do que os de outras regiões, como o Golfo do México nos Estados Unidos.
No entanto, a indústria agora aguarda medidas que possam reduzir impactos e evitar novas interrupções que comprometam a competitividade do setor.
