O setor de varejo voltou a ser destaque com fortes altas. A Magazine Luiza (MGLU3) chegou a liderar a alta do setor com ganhos de 11.4%. Outros destaques do setor são VIA, Americanas e Natura. Mas por que isso está acontecendo com o setor?
Segundo Marcus Labarthe, sócio-fundador da GT Capital, a queda das commodities tem ajudado no arrefecimento da inflação.
“A queda já é significativa desde o rally de baixa. Esse contexto de inflação mais controlada também contribui positivamente para os setores que foram mais impactados nos últimos meses de varejo e construção civil”
afirma.
Vitorio Galindo, head de análise fundamentalista da Quantzed, afirma que o principal drive pata essa alta no setor é a queda do petróleo e expectativa do mercado em relação a melhora da inflação em cenário de juros altos:
“Qualquer correção ou repique nesse setor do varejo acaba sendo bem relevante devido à grande queda que os ativos sofreram nos últimos meses”.
A queda do petróleo, segundo ele, gera para o mercado uma visão de que a inflação pode estar diminuindo ou pelo menos estabilizando.
“Vemos, com isso, uma queda na curva de juros. E os principais setores beneficiados com queda nos juros são os de comércio, varejo e construção civil”
diz Vitorio.
De acordo com Idean Alves, sócio e chefe da mesa de operações da Ação Brasil Investimentos, o potencial risco de recessão econômica global já está no radar dos investidores, mas, apesar disso, ele vê recuperação para o setor.
“O varejo que vem sofrendo desde o começo da pandemia, com ações como as da Magazine Luiza, Via Varejo, e Lojas Americanas caindo mais de 50%, com um cenário econômico mais desafiador, política instável, inflação alta, e desemprego como reflexo da potencial recessão, pode se recuperar à medida que se tenha uma reversão na curva de juros”
diz.
Para ele, com o Copom elevando a Selic para controle da inflação e à medida que um cenário de maior estabilidade for se desenhando, os juros devem cair, o que deve gerar um efeito inversamente proporcional com Selic para baixo e boas empresas de varejo para cima.
“Além desses setores, quem pode se beneficiar da reversão de juros é o setor de tecnologia, que já bateu na média uma queda de 70%, e que pode indicar uma mudança de tendência com um cenário econômico mais claro, pós eleições, e maior confiança do consumido”
completa.