- Sindicato destaca que os impostos federais têm papel significativo no aumento dos preços
- Presidente aponta os postos de combustíveis como responsáveis pela disparidade de preços
- Impostos e ICMS estaduais são fatores chave para a formação dos preços finais ao consumidor
Na terça-feira (17), o Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e de Lubrificantes do Distrito Federal (Sindicombustíveis-DF) reagiu às declarações do presidente Lula. Que, no dia anterior, havia apontado os postos de combustíveis como responsáveis pelo aumento recente nos preços de combustíveis e gás de cozinha.
O presidente do sindicato, Paulo Tavares, emitiu um comunicado no qual rebateu as palavras de Lula, destacando que os impostos federais são uma das principais causas da alta nos preços.
Tavares lembrou que, de acordo com dados do setor, os impostos federais — PIS, Cofins e Cide — representam 80 centavos por litro de combustível, ou seja, cerca de 25% de acréscimo sobre o preço praticado pela Petrobras.
O sindicato também criticou o discurso de Lula, afirmando que ele falhou ao não destacar o impacto da tributação na formação dos preços.
Lula critica intermediários e defende a Petrobras
Durante evento no Rio de Janeiro, o presidente Lula questionou a disparidade entre os preços da gasolina e do gás de cozinha cobrados nas bombas e os preços praticados pela Petrobras.
Segundo o presidente, a Petrobras é frequentemente culpada pelos aumentos. Enquanto os intermediários, como os postos de combustíveis e distribuidores, são os verdadeiros responsáveis pela diferença de preço.
“Quando sai um anúncio do diesel, da gasolina ou do gás, a Petrobras leva fama, o governo federal leva fama e muitas vezes a Petrobras não tem culpa nenhuma”, afirmou Lula.
Ele explicou que o preço de saída da Petrobras para a gasolina, por exemplo, é R$ 3,04, mas que o preço na bomba pode chegar a R$ 6,49. Assim, destacando o papel dos intermediários na formação do preço final.
O presidente também citou o gás de cozinha, afirmando que, enquanto o valor do botijão sai da Petrobras por R$ 35, os preços finais para o consumidor chegam a até R$ 140, dependendo do ICMS estadual.
Sindicato contesta e cita impacto dos impostos
O presidente do Sindicombustíveis-DF, Paulo Tavares, reagiu prontamente às críticas de Lula. Dessa forma, destacando que a Petrobras é apenas uma das componentes no preço dos combustíveis.
Segundo ele, os impostos federais têm um impacto significativo na formação do preço final para o consumidor. Tavares explicou que, no caso dos combustíveis, o valor de R$ 0,80 dos impostos sobre cada litro representa 25% de aumento sobre o preço da Petrobras.
Além disso, o sindicato reafirma a posição de que o ICMS estadual também é um fator fundamental para o preço do gás de cozinha. O imposto varia de estado para estado, o que explica a grande diferença entre o valor pago pelos consumidores de diferentes regiões do país.
“Não podemos esquecer que o preço final ao consumidor é composto por diversos fatores, entre eles, o preço da Petrobras, os impostos federais, o ICMS estadual e o lucro dos intermediários. A Petrobras não é a única responsável”, declarou Tavares.
Expectativa sobre os próximos passos
A discussão sobre os preços dos combustíveis e do gás de cozinha segue gerando tensões políticas. O governo federal continua a defender que os intermediários são os grandes responsáveis pela disparidade de preços.
Enquanto, entidades do setor, como o Sindicombustíveis-DF, defendem a importância de destacar o peso dos impostos no preço final.
A fala de Lula também reacendeu o debate sobre a regulação de preços e a necessidade de um equilíbrio entre as diversas partes envolvidas na formação do valor dos combustíveis e do gás. Especialmente, no contexto de alta inflação e crise econômica.
O desenrolar dessa discussão provavelmente influenciará as decisões políticas e econômicas nos próximos meses. À medida que as eleições de 2026 se aproximam e a pressão sobre o governo para controlar os preços continua a crescer.