Stablecoins em alta

Stripe chega com tudo na América Latina e promete bombar stablecoins no Brasil

A gigante de pagamentos Stripe anunciou sua chegada à América Latina e planeja impulsionar o uso de stablecoins (moedas digitais lastreadas em dólar) no Brasil e região. A aposta é na plataforma Bridge, adquirida pela empresa, para facilitar transferências internacionais e agilizar pagamentos.

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Stripe chega com tudo na América Latina e promete bombar stablecoins no Brasil

A gigante global de processamento de pagamentos, Stripe, anunciou oficialmente sua entrada no mercado da América Latina nesta segunda-feira (28). E a empresa não chega de mãos vazias: a promessa é de reforçar significativamente a adoção de stablecoins, especialmente no Brasil, através de uma plataforma especializada chamada Bridge, que foi adquirida pela Stripe no final do ano passado. Stablecoins são criptomoedas projetadas para ter um valor estável, geralmente atrelado a uma moeda forte como o dólar americano.

A Stripe está de olho no potencial da região. A empresa destacou dados do “Relatório Geográfico das Criptomoedas de 2023” da Chainalysis, que mostram que os moradores da América Latina receberam impressionantes US$ 562 bilhões via criptomoedas apenas entre meados de 2021 e 2022. Esse volume demonstra o crescente uso desses ativos digitais na região, seja para remessas, pagamentos ou investimentos.

O primeiro passo concreto da Stripe na região é o lançamento da plataforma Bridge no México. A promessa é facilitar as transferências financeiras, conectando “dólares, pesos e stablecoins por meio de um conjunto simples de APIs” (Interfaces de Programação de Aplicações). Isso significa que startups e fintechs de pagamento poderão integrar facilmente a Bridge em seus sistemas para oferecer serviços mais ágeis e baratos aos seus clientes.

A expansão não vai parar no México. “Este lançamento é o primeiro passo de um esforço mais amplo para apoiar operações financeiras internacionais em toda a América Latina. Planejamos implementar isso no Brasil até o verão (no hemisfério norte) e no restante da América Latina em breve”, informou a empresa em comunicado. O “verão no hemisfério norte” corresponde ao período entre junho e setembro, indicando uma chegada relativamente próxima ao mercado brasileiro.

Segundo a Stripe, a grande vantagem da Bridge é integrar diferentes moedas (como dólar americano – USD, euro – EUR, peso mexicano – MXN) e stablecoins em um único sistema. Isso permite uma liquidação mais rápida das transações, taxas de câmbio mais transparentes e uma visibilidade em tempo real do fluxo financeiro. Um ponto crucial é que isso pode ser feito sem os processos muitas vezes caros e demorados de integração direta com os bancos locais de cada país, acelerando a expansão global das empresas e permitindo que elas operem de forma mais integrada em toda a América Latina.

No Brasil, onde as operações da Bridge podem ter um impulso significativo talvez a partir de dezembro deste ano (segundo projeções do mercado), a chegada da plataforma pode turbinar um setor que já movimenta muito dinheiro. Ibiaçu Caetano, CFO do Bitbank e membro da Associação Brasileira de Câmbio (Abracam), revelou recentemente que o mercado brasileiro de stablecoins já ultrapassa US$ 18 bilhões em volume de negociações. Ele detalhou que a grande maioria desse volume (89%) é usada para pagamentos, enquanto 8% vão para investimento e 3% para arbitragem (compra e venda rápida para lucrar com pequenas diferenças de preço). A entrada da Stripe pode facilitar ainda mais o uso de stablecoins para pagamentos cotidianos e transferências internacionais.

Além de usar a plataforma Bridge para facilitar o uso de stablecoins já existentes, a Stripe também confirmou que está desenvolvendo seu próprio produto de stablecoin lastreada em dólar americano. Essa nova moeda digital seria voltada para empresas sediadas fora dos Estados Unidos, Reino Unido e Europa, o que poderia expandir ainda mais a presença e a utilidade do dólar digital ao redor do mundo, inclusive na América Latina. A chegada da Stripe com foco em stablecoins promete agitar o cenário de pagamentos digitais na região.

Fernando Américo
Fernando Américo

Sou amante de tecnologias e entusiasta de criptomoedas. Trabalhei com mineração de Bitcoin e algumas outras altcoins no Paraguai. Atualmente atuo como Desenvolvedor Web CMS com Wordpress e busco me especializar como fullstack com Nodejs e ReactJS, além de seguir estudando e investindo em ativos digitais.

Sou amante de tecnologias e entusiasta de criptomoedas. Trabalhei com mineração de Bitcoin e algumas outras altcoins no Paraguai. Atualmente atuo como Desenvolvedor Web CMS com Wordpress e busco me especializar como fullstack com Nodejs e ReactJS, além de seguir estudando e investindo em ativos digitais.