Guerra comercial

Tarcísio vê tarifaço dos EUA como "chance para o Brasil ampliar mercados"

Durante fórum de investimentos, governador de São Paulo defende centro-direita, aponta oportunidades para o país em meio à guerra comercial.

Tarcísio de Freitas - Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Tarcísio de Freitas - Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
  • O governador afirmou que as tarifas impostas pelos Estados Unidos à Europa e Ásia abrem uma “janela de oportunidade” para o Brasil
  • Tarcísio destacou a importância de uma agenda liberal com foco em privatizações e responsabilidade fisca
  • O governador defendeu penas mais duras para reincidentes e membros de facções criminosas

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou nesta terça-feira (8) que o tarifaço imposto pelos Estados Unidos pode representar uma “janela de oportunidade” para o Brasil no comércio internacional.

Ele disse que, apesar do impacto global das tarifas sobre produtos europeus e asiáticos, o Brasil tem margem para crescer, justamente por sua menor exposição ao mercado norte-americano.

“Temos que olhar o tema com cuidado. Isso pode causar uma desorganização interna nos EUA. Por não sermos tão relevantes para eles em termos de comércio exterior, não fomos tão prejudicados. Criou-se uma janela de oportunidade para o Brasil”, avaliou.

Para Tarcísio, essa conjuntura pode abrir novos mercados antes inacessíveis, se o país souber agir com habilidade diplomática e comercial.

O governador ainda apontou que o aumento das tensões comerciais pode funcionar como um catalisador para o avanço do acordo entre o Mercosul e a União Europeia, travado há anos por entraves políticos e ambientais.

“Se soubermos conduzir com inteligência essa situação, podemos aproveitar muito bem”, acrescentou Tarcísio, durante sua participação em um fórum promovido pelo Bradesco BBI.

Defesa de agenda liberal e centro-direita

No mesmo evento, Tarcísio reforçou sua visão política alinhada à centro-direita e destacou a importância de uma agenda liberal para o desenvolvimento do país. Ele defendeu uma coalizão democrática forte, que una forças políticas com projetos viáveis para as eleições de 2026.

“A centro-direita pode vir com uma agenda de privatização, responsabilidade fiscal e aumento de eficiência. Precisamos aproveitar nossas vocações e oportunidades”, declarou.

O governador também comentou sua presença no ato do último domingo (6), ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros governadores aliados. Segundo ele, o evento foi uma demonstração de unidade entre lideranças que podem construir uma alternativa política sólida.

Tarcísio ressaltou que Bolsonaro tem papel central como liderança capaz de aglutinar forças, embora ele mesmo tenha negado intenção de se candidatar à Presidência em 2026.

“Estou focado em São Paulo”, afirmou.

Tarcísio ainda comemorou o avanço do programa “São Paulo em Direção Certa”, com o maior orçamento para investimentos da história do estado. Segundo ele, a atual gestão reduziu cargos comissionados, revisou benefícios tributários e avançou em privatizações estratégicas para liberar recursos e otimizar serviços públicos.

Segurança, parcerias federais e combate ao crime organizado

Além das pautas econômicas e políticas, Tarcísio destacou a importância da segurança pública e pediu mudanças na legislação penal. Ele defendeu penas mais duras para membros de facções criminosas, reincidentes e agressores de agentes de segurança.

“O reincidente não pode se beneficiar de uma audiência de custódia”, disse o governador.

Segundo ele, é necessário tirar benefícios do sistema penal para criminosos perigosos e investir na integração das forças policiais.

Tarcísio também reforçou a importância de manter parcerias com o governo federal, mesmo sendo de campos políticos distintos. Para ele, interesses partidários devem ser deixados de lado quando se trata de atender às necessidades da população.

“Se a parceria serve ao cidadão, ela precisa acontecer. A oposição não pode atrapalhar isso”, completou.

O governador ainda lembrou que a falta de integração entre as polícias reduz a capacidade de enfrentar o crime organizado.

“Se não atuarmos juntos, perdemos potência”, concluiu.

Com essas declarações, Tarcísio reforça sua postura pragmática na gestão estadual, enquanto se projeta como liderança nacional para o futuro da política brasileira.

Paola Rocha Schwartz
Estudante de Jornalismo, apaixonada por redação e escrita! Tenho experiência na área educacional (alfabetização e letramento) e na área comercial/administrativ
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